Durante as férias, é comum sair da rotina, desligar-se dos compromissos e passar mais tempo fazendo atividades prazerosas como assistir aquela série preferida ou conversar com amigos pelo celular. No entanto, o que fazer para retornar a rotina de estudos e organizar os trabalhos com o fim do período? Maia Neto, coordenador do curso de Psicologia do Centro Universitário Fametro (Unifametro) dá dicas de como voltar para uma rotina equilibrada e produtiva no período letivo.

Segundo Maia, a primeira medida a ser tomada deve ser a busca de estratégias para regular o horário de sono e voltar a dormir mais cedo, especialmente para os que estudam pela manhã. Ele indica buscar um ambiente tranquilo, sem barulho, luz ou temperaturas excessivas e, se possível, retirar do local todo o material de estudo.

“Outra dica interessante é escolher roupas de cama e travesseiros que possam auxiliar no seu conforto. Busque evitar a ingestão de bebidas com cafeína nas últimas 4/6 horas que antecedem a hora de dormir e tente não fazer uso de tela pelo menos 1h ou 2h antes de deitar.  Estabelecer uma rotina de preparação para o sono como banho, colocar uma roupa confortável, usar um perfume de lavanda, por exemplo, poderá fazer toda a diferença”, recomenda.

Para reorganizar as atividades, o psicólogo indica o uso de uma agenda, sempre buscando seguir o que foi programado, incluindo nessa organização momentos de descanso intercalados com os principais compromissos.

“Na agenda, insira apenas aquilo que você já imagina que pode ser cumprido, seja realista na lista de atividades e coloque uma ordem de prioridades. Para compromissos mais importantes, vale colocar lembretes no celular. É importante, também, incluir atividades que te dão prazer intercaladas com os compromissos da semana. Com a organização do tempo, você verá que é possível ter uma semana produtiva sem perder a diversão e o descanso”, destacou.

Ansiedade e procrastinação no período letivo

Outro ponto que atinge os estudantes no retorno às aulas são as cobranças pessoais e coletivas por um bom desempenho e, consequentemente, a ansiedade. Maia explica que os estudantes precisam entender que as cobranças são, algumas vezes, desonestas, porque trazem comparações que não consideram a conjuntura de vida e as subjetividades de cada um.

“Não se compare. Busque fazer o seu melhor – em estudos, trabalho e em todas as atividades diárias – sempre respeitando as suas limitações e reconhecendo as suas potencialidades. Se você tem dificuldades para fazer isso, a psicoterapia poderá te ajudar”, indica.

Para o especialista, ter os desenhos de fluxo de trabalho e estudos bem desenhados, potencialmente, podem contribuir para diminuir a ansiedade, com a visualização de passos que estão sendo dados. Sobre isso, segundo ele, é interessante inserir pequenos passos, de modo que também possa ter motivos para celebrar as conquistas ao longo do caminho e não apenas ao final, quando o objetivo for alcançado.

Sobre a procrastinação, outro mal que afeta os estudantes durante o período letivo, Maia explica que “apesar de algumas pessoas realmente sofrerem com isso – e a psicoterapia contribui muito para a melhora –, muitas outras se percebem improdutivas, mas já acumulam muitas responsabilidades, além do que humanamente dariam conta. Compreender esse equilíbrio é a chave para ter uma rotina mais saudável”, frisa.