Popularmente conhecido e aplicado no Brasil, o alisamento capilar se concentra no uso de produtos cosméticos químicos que modificam a estrutura dos cabelos de cacheados ou crespos para lisos ou ondulados. “Essa artimanha garante a duração desse efeito logo após o enxague”, conta Dra. Mirian.

“O que poucas pessoas sabem, infelizmente, é do que eles são feitos e o que causa no cabelo quando o uso é constante”, diz. “Os produtos para o alisamento são classificados em alcalinos ou ácidos. Os alcalinos, por exemplo, são divididos em duas classes: os tióis, com ácido tioglicólico e tioglicolato, e os hidróxidos, de sódio, de potássio, de cálcio e a guanidina”, detalhou a especialista.

“Todos são, consequentemente, liberados pela ANVISA, que bem fique claro. O grande problema, apesar disso, é a grave incompatibilidade entre tioglicolato e hidróxidos, visto que o pH muito alcalino de tais substâncias pode resultar em queimaduras no couro cabeludo e na constante quebra dos cabelos”, lembrou. “Não menos importante, os fios ficam mais frágeis e extremamente danificados”.

Esse grupo de ácidos, de acordo com a doutora, é o que se conhece como ‘escova progressiva’ no Brasil. O formaldeído, ou formol, nesse caso, foi a primeira substância a ser usada com essa finalidade, sendo misturado a produtos que possuem queratina hidrolisada, os aminoácidos.

“Com o aquecimento promovido pelo secador e pela chapinha, o formol entra em ação e é liberado como gás. E o que acontece? Causa uma reação química entre a queratina hidrolisada/aminoácidos e a queratina do cabelo. Aos desavisados, o uso de formol como produto de alisamento é proibido no país”, dispara.

Isso se deve ao fato de que é uma substância cancerígena e que representa risco para as pessoas expostas a ele, como os profissionais dos salões de beleza. “Reações alérgicas e de irritação na pele, incluindo couro cabeludo com queda de cabelo associada, nos olhos e nas vias respiratórias, com sintomas como falta de ar e tosse, além de intoxicação, que pode, inclusive, levar à morte, são alguns dos vários malefícios são só alguns dos inúmeros malefícios”, comenta a doutora.

“Por sorte”, Dra. Mirian recomenda alguns cuidados para evitar tais problemas. “Você sempre deve saber qual o produto que está sendo utilizado no seu alisamento e consultar na ANVISA se esse produto é liberado ou não”, alertou.

“É muito comum produtos registrados como condicionador ou máscara, que são cosméticos de grau 1, serem comercializados como alisantes”. Além disso, destacou: “leia atentamente as instruções de utilização do produto e observe as advertências que constam na embalagem”.