Durante a 3ª Bienal Criança, que acontecerá de 11 a 26 de outubro, das cerca de 50 apresentações, oito são criações incentivadas pela Bienal de Dança.
Anualmente a Bienal Internacional de Dança do Ceará, tanto nas edições dos anos ímpares, como na De Par Em Par, que acontece nos anos pares, realiza dois projetos que são incentivados pelo evento e já resultaram em inúmeros trabalhos coreográficos inéditos, os Percursos de Criação e as Residências Artísticas. Este ano, quatro trabalhos resultantes dos Percursos de Criação e quatro de Residências Artísticas serão apresentados durante a 3ª Bienal Criança, parte integrante da VIII Bienal Internacional de Dança do Ceará – De Par Em Par, que acontecerá de 11 a 26 de outubro em Fortaleza, Paracuru, Trairi, São Gonçalo do Amarante, Pacatuba e Juazeiro do Norte, somando cerca de 50 apresentações de artistas locais, nacionais e internacionais.
Através dos Percursos de Criação a Bienal dialoga com uma companhia ou coletivo cearense que tem uma carreira já estabelecida na cena local ou nacional, encomendando ou colaborando para a criação de um novo trabalho. Em algumas criações, um coreógrafo ou diretor é convidado a trabalhar em parceria, gerando um novo produto cênico.
Também nesse contexto de desenvolvimento, as Residências Artísticas resultam em criações com projetos sociais ou escolas de dança. Através dessas atividades na Bienal de Dança (dos anos ímpares) e na Bienal De Par em Par – Bienal Criança (nos anos pares), artistas profissionais da dança são convidados a intervir em contextos sociais e formativos vinculados à dança e a questões sociais que precisam de atenção.
Na Bienal Criança, esse olhar é voltado para trabalhos direcionados para a formação do público que ainda está na idade escolar. É uma forma também de inserir a dança e as artes, de modo geral, como ferramenta tanto para a educação, como para o desenvolvimento cognitivo e intelectual.
PERCURSOS DE CRIAÇÃO
Este ano, um dos quatro trabalhos é “O que você tem na cabeça”, espetáculo do coreógrafo convidado Jorge Garcia com a Paracuru Cia de Dança e a Escola de Dança de Paracuru em homenagem ao cartunista Ziraldo, inspirado na obra Menino Maluquinho. Com figurino assinado por Marina Carleial, e objetos cênicos dela e de Jorge Garcia, no espetáculo, ao invés de panelas nas cabeças, como usa o personagem, os bailarinos vão utilizar chapéus com temas diversos. “Água Viva”, uma dança para crianças de todas as idades, é fruto do encontro intergeracional das artistas da dança cearense Clarice Lima, Cláudia Pires e Rosa Ana Fernandes, aproximando suas danças e seus universos imagéticos das infâncias.
Completam a lista dos quatro novos trabalhos incentivados pela Bienal “Alie e as estrelas”, uma adaptação de Fran Teixeira para o grupo Teatro Máquina, a partir do livro O Plano Secreto de Alie, de Bárbara Cabeça, Noá Bonoba e Lux Farr, e “A viagem de um barquinho” uma adaptação da obra de Sylvia Orthof, com o grupo Pavilhão da Magnólia e o diretor convidado Miguel Vellinho. A presença desses dois últimos reforça a vocação da Bienal De Par em Par de trabalhar as artes de forma híbrida, cruzando linguagens como o teatro, a dança e o cinema.
RESIDÊNCIAS ARTÍSTICAS
Nesta edição, a coreógrafa francesa Fanny Vignals conduz “R·Encontros”, que define como passarelas coreográficas entre Brasil e França em torno do potencial da dança no contexto de prevenção às violações dos direitos da criança e do adolescente. Este projeto conectará alunos do Studio de Dança Aline Rodrigues, localizado no bairro Vicente Pinzon, de Fortaleza, e de uma escola de ensino fundamental de Gennevilliers, cidade situada nos arredores de Paris. As crianças do Vicente Pinzon vão se encontrar de forma online com as crianças de Gennevilliers. Nesse intercâmbio virtual, as crianças de um lugar vão propor frases coreográficas para as crianças do outro país. Em ambos os lados, a coreógrafa Fanny Vignals vai colaborar com profissionais locais de prevenção de violências.
Este projeto bilateral, conduzido por Fanny Vignals, é uma produção da Companhia Ona Tourna – Gennevilliers (Hauts-de-Seine, França) em coprodução com Consulado da França em Recife / Embaixada da França no Brasil, Bienal Internacional de Dança do Ceará – VIII Bienal De Par Em Par – 3ª Bienal Criança, Serviço de Relações Internacionais da Cidade de Gennevilliers, França, e Direção dos Serviços Departamentais da Educação Nacional – PACTE (Projeto Artístico e Cultural em Território Educativo).
Os artistas Alexandre Américo, pesquisador, bailarino e coreógrafo com TDAH, ex-diretor artístico da Cia. Giradança, e Pedro Vitor, artista PCD-TEA, ambos da TORTA Plataforma de Arte Expandida (RN), fazem uma Residência Artística com o CTD – Curso Técnico em Dança da Escola Porto Iracema das Artes, em Fortaleza, resultando em “Pien”.
Do Ceará, Rosa Primo e Jônatas Joca estão à frente de Residências em Pacatuba e São Gonçalo do Amarante, ambas com crianças autistas. Um desses trabalhos é “Bzzz…” com direção artística de Anamaria Fernandes e Rosa Primo, fruto da atuação do Coletivo DIA (Danças, Infâncias e Autismos) que trabalha na construção de espaços com abordagens de composição e improvisação em dança junto a pessoas neuroatípicas. É um espetáculo interativo com interfaces da dança, da música e das artes visuais, que elabora um espaço de experimentação cênica para e com crianças autistas. A proposta parte de abordagens de improvisar em cena, abrindo possibilidades poéticas de composição com infâncias, incluindo crianças típicas e atípicas que desejam participar dessa aventura.
Em São Gonçalo do Amarante, Rosa Primo e Jônatas Joca retomam o trabalho que foi feito na última edição da Bienal Criança, com crianças do projeto ABC, e resultará em um novo trabalho artístico.
QUEM FAZ
Apresentada pelo Ministério da Cultura e a Petrobras, por meio do programa Petrobras Cultural, a 8ª Bienal Internacional de Dança do Ceará De Par em Par – Bienal Criança é uma realização da Indústria da Dança e do Governo Federal – União e Reconstrução, tendo como patrocinadores Energia Pecém e Petrobras, via Lei Federal de Incentivo à Cultura. Apoio: Complexo do Pecém, Governo do Ceará por meio da Cegás, da Secretaria da Cultura do Ceará, do Instituto Dragão do Mar, Centro Cultural Bom Jardim, Centro Dragão do Mar de Arte e Cultura, Cineteatro São Luiz, Hub Cultural Porto Dragão, Escola Porto Iracema das Artes e Theatro José de Alencar. O projeto conta ainda com a parceria do Centro Cultural Companhia de Dança, em Paracuru; do Sobrado da Abolição /Centro Cultural Eduardo Campos, em Pacatuba; Coletivo Ramas; Prefeitura de Pacatuba; Prefeitura de São Gonçalo do Amarante; Prefeitura de Trairi; Prefeitura de Fortaleza; Instituto de Cultura, Arte, Ciência e Esporte; Rede CUCA; CEDECA Ceará; Centro Cultural Banco do Nordeste; Rede Ibero-Americana de Videodança; L’Abri; e Universidade Federal do Ceará (UFC). A Bienal Criança integra a Rede de Festivais de Arte e Cultura do Ceará – Rede FACE.
SERVIÇO
VIII Bienal Internacional de Dança do Ceará De Par em Par – 3ª Bienal Criança – De 11 a 26 de outubro de 2024 em Paracuru (11 e 12/out), Trairi (11 e 12/out), São Gonçalo do Amarante (15/out), Fortaleza (18, 22, 23, 24, 25 e 26/out), Pacatuba (21, 23, 24 e 26/out) e Juazeiro do Norte (24 e 25/out). A programação completa poderá ser consultada em breve no site www.bienaldedanca.com e no Instagram @bienaldedanca. Informações: contato@bienaldedanca.com. Toda a programação tem acesso gratuito.