A abertura das mostras “Fabricando Elefantes Todos os Dias” e “Colecionando Afetos” será no dia 12 de março, 19h, nas galerias térreas do Espaço Cultural Unifor.
O projeto Trajetórias Artísticas Unifor foi idealizado para divulgar exposições de artistas cearenses ou radicados no Ceará.
A Universidade de Fortaleza – instituição da Fundação Edson Queiroz – apresenta, no próximo dia 12 de março, a partir de 19h, a abertura das exposições “Fabricando Elefantes Todos os Dias”, de Claudio Cesar, e “Colecionando Afetos”, de Totonho Laprovitera. As mostras levam a chancela do projeto Trajetórias Artísticas Unifor, que apresenta exposições de artistas cearenses nas galerias térreas do Espaço Cultural Unifor. As mostras têm curadoria da artista plástica e arquiteta Andréa Dall’Olio Hiluy e estarão abertas para visitação gratuita a partir de 13 de março, de terças a sextas, das 9h às 19h e, sábados e domingos, das 12h às 18h.
“O Trajetórias Artísticas Unifor é uma celebração do talento local, e escolhemos Totonho Laprovitera e Claudio Cesar para inaugurar esse importante projeto. Esta iniciativa é uma afirmação da riqueza e diversidade da produção artística no Ceará, mostrando que nossa cena é pulsante e merece destaque. Convidamos todos a mergulharem no universo desses dois incríveis artistas, descobrindo suas histórias e inspirações únicas”, celebra Lenise Queiroz Rocha, presidente da Fundação Edson Queiroz.
No dia 14 de março, às 9h30, haverá palestra da curadora sobre as exposições no Núcleo Diálogos, também situado no Espaço Cultural Unifor. Participarão do momento também Totonho Laprovitera e Renata Guimarães, filha única de Claudio Cesar, que, depois do falecimento do pai em 2018, assumiu a responsabilidade pela preservação e divulgação das obras do artista. Após a apresentação, os presentes poderão fazer perguntas aos convidados e, na sequência, serão convidados a fazer visita guiada às exposições. O evento é aberto ao público.
Andréa Dall’Olio adianta que a palestra abordará os processos curatoriais das exposições de Claudio Cesar e Totonho Laprovitera, destacando como cada mostra foi concebida e desenvolvida. Serão explorados os elementos-chave de cada exposição, desde a seleção das obras até a disposição espacial dentro do espaço expositivo.
“Discorrerei sobre como busquei apresentar a trajetória pessoal e artística de cada um, oferecendo ao público uma experiência reflexiva. Cada exposição será contextualizada dentro do cenário artístico cearense. Ao final, os participantes serão convidados a refletir sobre o papel da curadoria na construção de narrativas artísticas”, detalha.
Totonho Laprovitera – Colecionando Afetos
Dedicada à trajetória de Totonho Laprovitera, “Colecionando Afetos” é uma celebração das cinco décadas de sua prolífica carreira ao contar, por meio de suas obras, a história de uma vida por meio da linha do tempo da sua produção artística.
Nesta exposição, a curadora Andréa Dall’Olio busca transcender a linearidade temporal, uma vez que a produção de Laprovitera se confunde intimamente com seus afetos e sua visão de futuro. Em vez de uma narrativa estritamente cronológica, as obras são dispostas de maneira a refletir os diversos momentos e influências que moldaram o caminho do artista, criando uma atmosfera imersiva que convida os espectadores a mergulharem na riqueza de sua expressão.
Obra símbolo da exposição: Colecionando Afetos, 2024, acrílica e colagem sobre tela
“Suas manifestações evocam memórias e inspirações de sua infância e ancestralidade, destacando a influência de seus antepassados italianos e as experiências que moldaram sua sensibilidade artística desde tenra idade. As pinturas e desenhos expostos convidam os visitantes a explorarem os recantos da mente do artista, onde passado e presente se entrelaçam em uma atração harmoniosa”, ressalta a curadora.
A exposição contempla três núcleos, nos quais as cerca de 110 obras do artista foram dispostas. A Sala Motes transporta os visitantes para o passado, narrando a história do artista por meio do seu repertório artístico e a documentação da sua carreira. Já a Sala Afetos apresenta o presente, com obras que dialogam com o outro, dedicadas às conexões emocionais e relações interpessoais que permeiam a produção do artista. Na última sala, Até a Próxima Página em Branco, os espectadores terão a oportunidade de vislumbrar o horizonte futuro através dos olhos visionários de Totonho Laprovitera.
Claudio Cesar – Fabricando Elefantes Todos os Dias
A mostra “Fabricando Elefantes Todos os Dias” presta uma emocionante homenagem à vida e obra de Claudio Cesar. A exposição propõe um mergulho em uma narrativa visual que busca mapear e unificar as obras mais representativas do artista, preservando e destacando um recorte significativo do patrimônio artístico do renomado artista.
A curadoria e expografia, assinadas por Andréa Dall’Olio, conduzem os visitantes por uma jornada envolvente e imersiva no universo surrealista de Claudio Cesar, destacando a habilidade artística do pintor, escultor e desenhista, revelando as nuances e a riqueza simbólica presentes em cada obra. Andréa revela que a mostra se apresenta como um percurso labiríntico.
Obra símbolo da exposição: Fabricando Elefantes Todos os Dias, 2016, acrílica sobre tela.
“Ao adentrar em cada sala, um assunto se desdobra em múltiplas possibilidades, podendo-se observar sua compulsão pela produção, atrelada à liberdade criativa e ao olhar surrealista para sua própria história de vida. Claudio Cesar criava personagens que se repetiam, e narrativas lúdicas de suas vivências, voltando a temáticas da infância, em meio a tramas conturbadas e devaneios, mesmo contra a natureza imiscível destes temas, revelando a abundância do seu universo onírico”, sublinha a curadora.
Andréa resume que a exposição objetiva desvelar a maestria de Claudio Cesar nas telas, bicos de pena e esculturas, destacando seu compulsivo desejo de retratar o mundo sem restrições, explorando, de maneira singular, sua curiosidade inata. “Claudio Cesar dedicou-se a capturar as peculiaridades do povo cearense, enriquecendo suas obras com toques de poesia e humor. Flores, paisagens, retratos do cotidiano e seu querido São Francisco tornaram-se temas recorrentes em sua produção, e parte da sua mitologia, mergulhando na paleta multicolorida, cuja inspiração era o sol do Ceará”, afirma.
Sobre os artistas
Totonho Laprovitera
Totonho Laprovitera, nascido Francisco Antonio Laprovitera Teixeira, é um artista múltiplo, arquiteto e urbanista nascido em Fortaleza, Ceará, em 3 de julho de 1957. Com uma trajetória marcante e diversificada, é reconhecido em diversas áreas culturais.
Laprovitera teve sua primeira exposição nas artes visuais em 1974, na Casa de Cultura Raimundo Cela, em Fortaleza, um marco inicial em sua vida. Desde então, participa de diversas exposições, tanto individuais quanto coletivas, no Brasil e no exterior.
Em sua relação com a Universidade de Fortaleza, expôs na Unifor Plástica 74 e foi premiado na XIII Unifor Plástica 2005, uma importância significativa em sua carreira artística. Em 2019, recriou a marca da 17ª edição do movimento Doe de Coração. A Fundação Edson Queiroz também faz parte da história de Laprovitera, que integra o seu catálogo de coleção, mostrando o reconhecimento de sua obra pela instituição.
Na arquitetura, Laprovitera é formado arquiteto e urbanista pela Universidade Federal do Ceará e tem se destacado com importantes projetos, incluindo a Sede do Tribunal de Contas do Ceará – TCE, o Aeroporto Internacional de Aracati, o Aeroporto Internacional de Jericoacoara e a Sede da Ordem de Advogados do Brasil – OAB-CE, todos no Ceará.
Além dessas realizações, Laprovitera é autor de quatro livros publicados, e escreve e publica frequentemente crônicas em jornais e revistas. Com atuação na música, teatro, cinema e televisão, Laprovitera também é membro da Academia Cearense de Artes – ACA e da Academia Cearense de Literatura e Jornalismo – ACLJ, demonstrando seu reconhecimento e contribuição para a cultura cearense.
Claudio Cesar
Nascido no Rio de Janeiro em 1956, Claudio Cesar era advogado, pintor, escultor e desenhista, revelando desde jovem um talento inato para o desenho. Concluiu sua formação artística na Escola de Artes Visuais do Parque Lage, no Rio de Janeiro, após completar cursos de desenho básico e de publicidade no SENAC-RJ. Embora tenha exercido advocacia em certo período de sua vida, a inquietude o levou para o Ceará na década de 1980, onde redescobriu sua paixão pelas artes, abandonando a área jurídica para se dedicar exclusivamente à produção artística.
Claudio Cesar recebeu diversos prêmios ao longo de sua carreira, incluindo a Medalha de Prata na MEC-ECO em 1992 e o Primeiro Lugar no I Salão de Artes Plásticas da Base Aérea de Fortaleza em 1999. Em 2004, Claudio Cesar apresentou a exposição individual “Esculturas no Barro Oco”, no hall da Biblioteca Unifor. Participou de algumas edições da Unifor Plástica, sendo a mais recente a XVI edição, em 2011, cuja obra participante está nesta exposição. Sua obra foi exposta em cerca de uma centena de exposições nacionais e internacionais, representando o nordeste brasileiro em países como Alemanha, Estados Unidos, França, Itália e Portugal. Além de suas exposições, Claudio conduziu dezenas de oficinas, principalmente para jovens em situação de vulnerabilidade social, percebendo a arte como um meio de transformação.
Em 2024, Claudio Cesar completaria 32 anos dedicados exclusivamente à arte, mas faleceu prematuramente em 2018. Apesar de sua carreira relativamente curta, deixou um rico legado de obras, incluindo pinturas, desenhos e esculturas, muitas das quais nunca foram vistas pelo público.
Serviço
Trajetórias Artísticas Unifor: “Claudio Cesar – Fabricando Elefantes Todos os Dias” e “Totonho Laprovitera – Colecionando Afetos”
Curadora: Andréa Dall’Olio Hiluy
Local: Espaço Cultural Unifor (Av. Washington Soares, 1321, Edson Queiroz, Fortaleza-CE)
Abertura: 12 de março de 2024, 19h
Palestra com a curadora: 14 de março de 2024, 9h30, Espaço Cultural Unifor – Núcleo Diálogos
Exibição: a partir de 13 de março de 2024
Visitação gratuita: de terças a sextas, 9h às 19h; sábados e domingos, 12h às 18h