Neste mês de março, o Instituto Dragão do Mar (IDM) completa 27 anos de atuação no Ceará, consolidando-se como uma das principais Organizações Sociais (OS) e a mais antiga do país na gestão de equipamentos culturais, na elaboração e implementação de políticas culturais inovadoras, com impacto social e fortalecimento da diversidade e cidadania cultural.
“O Instituto Dragão do Mar é um patrimônio do Ceará. Faz parte da história da nossa política cultural, da construção do repertório artístico e simbólico de uma geração de cearenses e da formação de um mercado de trabalho no estado. O IDM não apenas administra equipamentos culturais; ele transforma vidas e fortalece a identidade cultural do Ceará”, destaca Rachel Gadelha, presidente do Instituto Dragão do Mar.
O IDM é uma Organização Social (OS) e segue o modelo de gestão que permite à sociedade civil gerenciar serviços públicos, como equipamentos culturais, ambientais e esportivos. Trata-se de uma entidade privada sem fins lucrativos que, após um processo de seleção e certificação, passa a ser autorizada a gerenciar serviços públicos em parceria com o estado. Atualmente, o IDM é responsável por gerenciar 16 equipamentos públicos do Governo do Ceará em parceria com as secretarias estaduais da Cultura (Secult), do Esporte (Sesporte) e do Meio Ambiente e Mudança do Clima (Sema), além de elaborar e executar diversos projetos com parceiros como Ministério da Justiça e Segurança Pública e a Superintendência do Sistema Estadual de Atendimento Socioeducativo (Seas).
O Instituto atua como parceiro estratégico do poder público, especialmente com o Governo do Estado do Ceará, elaborando e executando projetos e ações que contribuem para o desenvolvimento sociocultural do estado, sempre priorizando a gestão independente e a participação da sociedade civil.

 

Efeito das ações desenvolvidas
Os resultados do IDM e as grandes realizações promovidas ao longo desses 27 anos de história demonstram a relevância da gestão profissional e estratégica desenvolvida na instituição. Os números de 2024 deixam bem nítido o papel do IDM para o cenário cultural cearense.
Através do Plano Anual 2024, captado via Lei Rouanet, leis de incentivos e parceiros, foram arrecadados mais de R$ 11 milhões, viabilizando projetos como a Maré Cearense, que levou a produção artística do Ceará a São Paulo, e os laboratórios de criação na Escola Porto Iracema das Artes, beneficiando diretamente mais de 4,2 mil pessoas e alcançando mais de 4,7 milhões de pessoas no meio digital, com mais de 124 municípios atingidos.
Além disso, projetos como o Cinema do Dragão: Telas Plurais, Cenas Diversas, apoiado pela Lei Paulo Gustavo, ampliaram a acessibilidade nas salas de exibição, enquanto o Travessias Culturais, em parceria com o Ministério da Justiça e Segurança Pública, levou arte e formação profissional a jovens em situação de vulnerabilidade.

 

Impacto social: ética, direitos humanos e cidadania cultural
A cidadania cultural é um dos pilares do IDM, que se reflete em políticas inclusivas e ações afirmativas. O Instituto tem investido na qualificação de processos de gestão de pessoas, garantindo equidade e diversidade. Uma conquista recente foi a estruturação do Comitê de Diversidade, que revisou procedimentos administrativos para assegurar o respeito ao uso do nome social e aprimorar a inclusão de diferentes grupos sociais nos espaços culturais geridos, como também, o documento de Políticas de Direitos Humanos que reforça o compromisso com a inclusão.
“Com sua política de direitos humanos e diversidade, o IDM passou a responder, substancialmente, a uma demanda vinda das ruas, dos corpos divergentes, dos territórios múltiplos e dos movimentos organizados (ou não). A ideia de direito à cultura é, por si só, o pano de fundo de tudo isso, ou, a forma por excelência da garantia da vida cultural a partir da noção de diversidade e do exercício livre das individualidades e identidades”, diz Lenildo Gomes, gestor cultural do IDM.
Rachel Gadelha, presidente do Instituto Dragão do Mar

Os equipamentos geridos pelo IDM trabalham com o conceito de transversalidade e investimentos voltados para políticas de acesso à cultura combatendo a pobreza e na prevenção da violência. Neste viés, nasceu o “Estouro Cultural” com intuito de apoiar pessoas em situação de rua com atividades socioculturais realizadas na Praça do Ferreira. Com o mesmo objetivo, os projetos Trilharte e Travessias Culturais foram criados para oportunizar aos jovens com risco de violência iminente ou que cumpriram medidas socioeducativas a possibilidade de ressocialização a partir da escuta ativa, diálogos sobre cidadania, fortalecendo trajetórias de vida através da arte, atendimento sociopsicológico, visitas guiadas e acesso aos cursos de formação em arte e gastronomia.

 

Formação no IDM: Itinerários Formativos Integrados
O IDM gerencia, por meio de sua Diretoria de Formação, uma rede diversificada de programas formativos em áreas como artes, cultura, esporte e meio ambiente, oferecendo cursos e experiências educacionais nos 16 equipamentos culturais sob sua gestão. As formações são estruturadas em seis eixos principais: Artes, Patrimônio, Cultura Alimentar, Meio Ambiente, Esportes e Técnicas da Cena, criando itinerários formativos que interconectam diferentes campos de conhecimento e permitem uma aprendizagem contínua.
Com quase 60 mil horas/aula em 2024, os programas formativos atendem a diversos níveis e faixas etárias, com destaque para a Escola Porto Iracema das Artes, a Escola de Cultura e Artes (ECA) do Centro Cultural Bom Jardim (CCBJ), a Escola de Artes e Ofícios Thomaz Pompeu Sobrinho, a Escola de Gastronomia Social Ivens Dias Branco e a Escola Vila da Música Monsenhor Ágio Augusto Moreira.

Formação e interiorização
O Projeto ABarca leva a formação para diferentes territórios, ampliando o acesso à educação cultural, incluindo cidades como Caucaia, Maracanaú, Itapipoca, Sobral, Quixadá, Crato e Juazeiro do Norte. Ao promover a interiorização da educação em artes, o projeto visa criar um circuito formativo eficiente e colaborativo, integrando diferentes programas e metodologias. Isso garante uma formação acessível e contribui para o desenvolvimento social e cultural do estado.
“Nosso compromisso vai além da gestão cultural. Trabalhamos para que a cultura seja uma ferramenta de transformação social e de garantia de direitos. O IDM concebe políticas culturais integrando formação, criação e fruição. A educação em artes é central, com atividades formativas. Uma formação artística que mobiliza novas sensibilidades acolhedoras da diversidade, especialmente no que se refere à diversidade de visões do mundo. Importante acentuar que a educação em artes não é a panaceia para todos os males da vida contemporânea, mas não restam dúvidas sobre seu papel estratégico na formação de um pensamento complexo, capaz de contribuir com a criação de novas perspectivas de existência”, explica Bete Jaguaribe, Diretora de formação do IDM e diretora da Porto Iracema das Artes.

 

Sustentabilidade e captação: resultados de 2024 e projeções para 2025
Nos últimos anos, o IDM tem aprimorado sua estratégia de captação de recursos e avançando no processo de crescimento em gestão sustentável de equipamentos culturais. Desde 2023, a criação de um setor especializado tem garantido um avanço expressivo na arrecadação e no desenvolvimento de novos projetos.

Em 2024, o IDM conquistou patrocínios de grandes marcas como Itaú, Mercado Livre, ArcelorMittal e Nubank, além da renovação do apoio de empresas locais como Cagece e Cegás. Esses investimentos fortalecem a capacidade de manutenção, formação e difusão cultural do Instituto.
A inauguração de três novos espaços – o Café Regional e a loja Colabora, na Biblioteca Pública Estadual (BECE), e o Café Cultural Cego Aderaldo, na Casa de Saberes Cego Aderaldo – demonstra como a expansão da captação também se reflete na otimização dos equipamentos geridos pelo IDM. Além de gerar receita, essas iniciativas enriquecem a experiência do público, tornando os espaços culturais mais acolhedores e dinâmicos.
Para 2025, o IDM planeja novas conquistas. A 15ª edição da Bienal do Livro do Ceará, um dos eventos mais aguardados do calendário cultural do estado, promete mobilizar o Centro de Eventos do Ceará. O projeto CFO nas Redes: Vôlei de Praia e Tênis, com apoio do Mercado Livre, retorna para sua terceira edição. Além disso, a captação do Plano Anual 2025 já está em andamento, assegurando uma programação vibrante para alguns  equipamentos que estão sob a gestão do instituto.
“A necessidade de prestar contas de forma clara e objetiva exige processos administrativos financeiros bem estruturados. Uma gestão eficiente permite que a organização planeje melhor seus recursos, identifique fontes de financiamento e garanta que cada real investido seja utilizado de forma otimizada. E é isso que estamos fazendo”, comenta Adriana Victoriano, Diretora Administrativo-Financeira do IDM.

 

Políticas de Ação Cultural e direitos humanos
Desde 2021, a estruturação da Diretoria de Ação Cultural (DAC) tem sido fundamental para os avanços na consolidação das políticas culturais do IDM. A mudança de nome da antiga Diretoria de Articulação Institucional reflete um compromisso mais profundo com a cidadania cultural, os direitos humanos e a diversidade. A DAC passou a atuar em frentes estratégicas como curadoria e programação, parametrização de valores de cachês, fortalecimento de parcerias institucionais e ampliação do acesso aos equipamentos culturais.
Um dos marcos desse processo foi a implementação de diretrizes que garantem a equidade e o acesso democrático às atividades culturais promovidas pelo IDM. Políticas de pautas mais acessíveis, a criação de grupos de estudos em curadoria e a estruturação de ações voltadas à diversidade têm sido passos importantes para a construção de um ecossistema cultural mais representativo e inclusivo.
Outro ponto importante é a consolidação da gestão em rede que tem permitido uma articulação mais efetiva entre os equipamentos culturais sob administração do IDM. Espaços como o Centro de Formação Olímpica, o Hub Cultural Porto Dragão e o Centro Cultural do Bom Jardim são exemplos de iniciativas que vêm fortalecendo seus programas e ampliando suas atividades com o suporte dessas novas diretrizes.
Para o futuro, três grandes desafios guiam as ações do IDM: aprimorar ainda mais o modelo de gestão em rede, consolidar ações de captação de recursos para garantir a sustentabilidade dos projetos culturais e estruturar estratégias que ampliem o impacto social dos equipamentos culturais nos territórios onde estão inseridos. A implementação dessas diretrizes não só fortalece a atuação do IDM, mas também reafirma seu compromisso com a democratização do acesso à cultura e a valorização da diversidade.
Grupo Pavilhão da Magnólia – participou do Projeto Maré Cearense, que levou artistas cearenses para se apresentarem em São Paulo (2024)

 

Compromisso com a inovação e o futuro
Ao celebrar 27 anos de história, o Instituto Dragão do Mar reafirma seu compromisso com a cultura, a inclusão e a sustentabilidade. A instituição segue em uma crescente e melhoria contínua na sua missão de gestão cultural, promovendo ações que fortalecem a identidade cearense e ampliam o acesso à arte e ao conhecimento.

 

“Essa história foi e continua sendo escrita a muitas mãos. Durante esses anos e, particularmente no ano de 2024, contamos com o apoio de quase 800 pessoas entre colaboradores diretos, terceirizados e prestadores de serviços que com inteligência, compromisso e entrega fizeram a diferença. Cada ano é um novo desafio, mas também uma nova oportunidade de reafirmarmos nosso papel na sociedade. O IDM seguirá inovando e construindo caminhos para que a cultura continue transformando vidas no Ceará e além”, conclui Rachel Gadelha.

 

Rede de Gestão
O Instituto Dragão do Mar (IDM) foi criado em 1998 e é responsável por gerenciar equipamentos culturais, ambientais e esportivos, em Fortaleza e no interior do Ceará. São eles:
Biblioteca Pública Estadual do Ceará (BECE);

Casa de Antônio Conselheiro, em Quixeramobim;

Casa de Saberes Cego Aderaldo em Quixadá,

Centro Cultural Bom Jardim

Centro de Formação Olímpica (CFO)

Hub Cultural Porto Dragão

Centro Dragão do Mar de Arte e Cultura

Cineteatro São Luiz

Complexo Ambiental Caminhos do Horto, em Juazeiro do Norte

Complexo Ambiental e Gastronômico da Sabiaguaba

Complexo Ambiental Mirante do Calda, em Barbalha

Escola de Artes e Ofícios Thomaz Pompeu Sobrinho

Escola de Gastronomia Social Ivens Dias Branco

Escola Porto Iracema das Artes

Escola Vila da Música Monsenhor Ágio Augusto Moreira, no Crato

Theatro José de Alencar (TJA)

 

Todos esses espaços são referências na cultura e oferecem programações com espetáculos, exposições, cursos e oficinas que formam e impactam milhares de pessoas anualmente.

 

Para mais informações sobre a programação e os projetos basta acessar o site do IDM.