A obesidade é um dos principais fatores de risco para o desenvolvimento de diversas doenças, incluindo o câncer. De acordo com a Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica (SBOC), o excesso de peso está diretamente relacionado a pelo menos 13 tipos de câncer, como os de esôfago, estômago, fígado, vesícula biliar e tireoide, entre outros.
O presidente da Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica (SBCBM) – Capítulo Ceará, Dr. Paulo Campelo, alerta que a obesidade não deve ser subestimada. “O acúmulo excessivo de gordura corporal desencadeia processos inflamatórios e alterações hormonais que favorecem o surgimento de tumores malignos. É fundamental conscientizar a população sobre esses riscos”, afirma.
Prevenção e tratamento
A adoção de hábitos saudáveis, como alimentação equilibrada e prática regular de atividades físicas, é essencial para prevenir o excesso de peso e suas consequências. No entanto, para pessoas que já apresentam obesidade, o tratamento pode exigir abordagens mais assertivas, incluindo a cirurgia bariátrica.
“Prevenir a obesidade é prevenir o câncer. Mas para aqueles que já convivem com a doença, é necessário agir de forma mais enfática. A cirurgia bariátrica pode ser uma alternativa eficaz e deve ser avaliada por um especialista”, explica Campelo. Ele destaca que a redução do peso corporal melhora o perfil inflamatório, normaliza os níveis hormonais e reduz significativamente o risco de câncer.
Cenário preocupante
No Brasil, mais de 60% da população adulta apresenta excesso de peso, o que equivale a cerca de 96 milhões de pessoas, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Esse número reforça a necessidade de políticas de conscientização e prevenção da obesidade.
“A obesidade não pode mais ser tratada como uma doença silenciosa. Precisamos combater o estigma e enxergar a cirurgia bariátrica como uma estratégia de saúde pública eficaz para aumentar a qualidade e a expectativa de vida”, conclui o especialista.