No Brasil, a OMS aponta que o tabaco é responsável por 161.853 mortes anuais no país, o que equivale a 443 mortes por dia.
Nesta sexta-feira, 31 de maio, celebra-se o Dia Mundial Sem Tabaco, uma data instituída em 1987 pela Organização Mundial da Saúde (OMS) com o intuito de alertar a população sobre as doenças e mortes evitáveis relacionadas ao uso do tabaco. A cada ano, mais de 8 milhões de pessoas morrem devido ao tabagismo, sendo que mais de 7 milhões dessas mortes são resultado do uso direto do tabaco e cerca de 1,2 milhão são decorrentes da exposição ao fumo passivo. O tabaco mata até metade de seus usuários e quase 80% dos 1,1 bilhão de fumantes do mundo vivem em países de baixa e média renda.
A pneumologista e docente do Instituto de Educação Médica (IDOMED), Isla Miranda, ressalta a gravidade da situação.
“O tabagismo é uma das principais causas de morte evitável no mundo. As consequências do uso do tabaco são devastadoras, afetando não apenas os fumantes, mas também os não-fumantes expostos ao fumo passivo. Precisamos reforçar a conscientização sobre os riscos associados ao tabagismo e promover políticas de saúde pública mais eficazes para reduzir essa epidemia”, afirma.
O Perigo dos Cigarros Eletrônicos
Além dos cigarros convencionais, os cigarros eletrônicos também representam um grande risco à saúde. Apesar de serem frequentemente promovidos como uma alternativa mais segura, os eletrônicos também derivam do tabaco e contêm substâncias prejudiciais como monóxido de carbono e alcatrão.
“O aroma, o sabor e o formato dos cigarros eletrônicos podem ser diferentes dos convencionais, mas os riscos à saúde são os mesmos. Eles podem causar doenças graves como câncer, problemas respiratórios e cardiovasculares”, explica Isla Miranda.
Os principais riscos associados ao uso de cigarros eletrônicos incluem o surgimento de doenças como infarto, morte súbita, hipertensão arterial e Evali, uma lesão pulmonar associada ao uso de produtos de cigarro eletrônico ou vaping. De acordo com a Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia (SBPT), os sintomas dessa doença incluem tosse, dor torácica, dispneia, dor abdominal, náuseas, vômitos, diarreia, febre, calafrios e perda de peso.
A popularização dos cigarros eletrônicos tem sido sustentada pela falsa premissa de que são uma alternativa para parar de fumar os cigarros convencionais. No entanto, essa informação não é reconhecida pelo Ministério da Saúde e a comercialização, importação e propaganda dos cigarros eletrônicos são proibidas pela Anvisa.
O Uso do Tabaco no Brasil
No Brasil, o tabaco é responsável por 161.853 mortes anuais, representando 443 mortes por dia. O tabagismo é o terceiro fator de risco para anos de vida perdidos ajustados por incapacidade, sendo a maior causa evitável de adoecimento e mortes precoces no país.
Entretanto, há boas notícias. Dados da Pesquisa Nacional de Saúde (PNS) mostram uma redução na prevalência do tabagismo. Em 2019, 12,8% da população eram usuários de derivados do tabaco, enquanto em 2013 esse percentual era de 14,9%, uma diminuição de 2,1 pontos percentuais.
A maior prevalência de usuários de tabaco foi registrada na região Sul do país, com 16% e 14,7%, respectivamente. No entanto, a mesma pesquisa revela uma redução na prevalência de tabagismo em todas as regiões do Brasil, com a região Centro-Oeste apresentando a menor redução, de apenas 0,3%.
O Dia Mundial Sem Tabaco é um momento crucial para refletir sobre os impactos do tabagismo e reforçar os esforços na luta contra essa prática nociva. A conscientização e a educação são ferramentas fundamentais para reduzir o número de fumantes e, consequentemente, salvar vidas.