Em parceria com o Projeto Acesso, o Museu da Cultura Cearense e o Museu de Arte Contemporânea do Ceará celebram o Dia Nacional da Libras, o Dia Nacional de Luta das Pessoas com Deficiência e o Dia Nacional do Surdo, com roda de conversa, cursos, mediações educativas acessíveis e experiências imersivas nas exposições.
Anualmente realizada no mês de setembro, sob coordenação do Instituto Brasileiro de Museus – IBRAM, a Primavera dos Museus chega à sua 18ª edição, unindo instituições museológicas do Brasil, durante uma semana, com uma programação inteiramente gratuita. Mais uma vez, o Museu da Cultura Cearense (MCC) e o Museu de Arte Contemporânea do Ceará (MAC-CE), museus que integram o Centro Dragão do Mar de Arte e Cultura, integram a agenda nacional, com roda de conversa, minicursos, mediações educativas acessíveis e experiências imersivas nas exposições, entre os dias 23 e 28 de setembro. As atividades, a maioria delas protagonizadas por pessoas com deficiência e com recursos de acessibilidade sensorial, serão certificadas, mediante inscrição prévia, disponível por meio do formulário on-line bit.ly/primaveramuseusdodragão
Neste ano, a Primavera dos Museus traz o tema “Museus, Acessibilidade e Inclusão” e propõe reflexões sobre acessibilidade e inclusão no espaço museal, fundamentais para fortalecer o protagonismo de pessoas com deficiência e transpor barreiras, sejam elas urbanísticas, arquitetônicas, comunicacionais, atitudinais ou tecnológicas.
Projeto Acesso
No Centro Dragão do Mar, todas as atividades que compõem a programação da Primavera são realizadas em parceria com o Projeto Acesso, iniciado em 2006 no Museu da Cultura Cearense, que objetiva democratizar o acesso à arte e à cultura e promover a inclusão das pessoas com deficiência a partir de três eixos estruturantes: pesquisa, educação e comunicação.
Para a coordenadora do Projeto Acesso, Márcia Moreno Bitu, a discussão do tema chega em momento oportuno para sensibilizar gestores culturais, em particular espaços museais, e seus públicos para a necessidade de garantir que pessoas com deficiência tenham amplo acesso a bens culturais, já que em setembro são celebrados o Dia da Língua Brasileira de Sinais – LIBRAS – no dia 10, o Dia Nacional de Luta das Pessoas com Deficiência, no dia 21 de setembro, e o Dia Nacional do Surdo, no próximo dia 26. “A programação desta 18ª Primavera dos Museus é uma oportunidade ímpar para que museus de todo Brasil reconheçam a importância das pessoas com deficiência e o seu protagonismo na criação, produção, fruição e gestão dos bens culturais e que isso possa contribuir para a adoção de práticas mais inclusivas”, afirma a gestora.
Para a coordenadora do Núcleo Educativo do MAC-CE, Mariane Romão, com esse tema, a Primavera dos Museus amplia a visibilidade de ações inclusivas que vêm sendo realizadas nos Museus do Centro Dragão do Mar e favorece o retorno da frequência de visitantes com deficiência a estes espaços. “Temos trabalhado intensamente para preparar nossos educadores para melhor recepcionar todos os públicos, com formações regulares em acessibilidade, bem como estamos ofertando um curso de introdução à Libras e à cultura surda, como forma de contribuir para a difusão da cultura do acesso”, destaca a coordenadora.
A programação
No dia 23 de setembro (segunda-feira), às 17h, acontecerá a abertura da 18ª Primavera dos Museus com a roda de conversa “Experiências de Acessibilidade e Inclusão Cultural”, na Varanda dos Museus, espaço localizado entre o MCC e o MAC.CE, com capacidade máxima de 40 pessoas.
Com o propósito de trocas, compartilhamento e criação de rede de diálogo sobre acessibilidade artística e cultural, além da presença de Carlos Viana, Lara Lima e Fernanda Venâncio, da equipe do Projeto Acesso, participam também Alana Oliveira (Pinacoteca do Ceará), Weverson Martins (encontro Jovens Surdos do Ceará), Vitória Sâmea (Escola de Artes e Cultura do Centro Cultural Bom Jardim), Carlizeth Campos (Museu de Arte da Universidade Federal do Ceará), Renatta Franco (audiodescritora), Paulo W. Lima (audiodescritor) e Marcos Rodrigues (Biblioteca Estadual do Ceará – BECE), dividindo suas experiências de acessibilidade e inclusão, tecidas ao longo de suas trajetórias profissionais.
Durante os dias 23, 24 e 25 de setembro, o Projeto Acesso em parceria com a professora Isabeli Matos ofertarão o minicurso “Diversidade e Inclusão em Espaços Educacionais e Culturais”. Com 20 vagas, a formação tem o intuito de reduzir as barreiras atitudinais e sensibilizar por meio de conhecimentos que facilitarão a convivência e prestação de serviços a pessoas com necessidades diversas.
Já nos dias 25, 26 e 27 de setembro, o minicurso “Introdução à Libras e à Cultura Surda” será facilitado pela equipe do Projeto Acesso, com o objetivo de abrir o diálogo sobre a cultura e identidade surda, realizando uma breve introdução à Linguagem Brasileira de Sinais (LIBRAS) através de seus pontos históricos e da própria comunidade surda. Serão abordados os avanços históricos e legislativos ao longo do tempo, aguçando também o entendimento e compreensão sobre as nuances da língua e sua importância na execução da comunicação com este público. A formação também conta com 20 vagas disponíveis.
Nos dias 26 e 27, a equipe também realizará uma Mediação Educativa Acessível nas exposições “Mino por Inteiro” (Museu da Cultura Cearense) e na itinerância da 35ª Bienal de São Paulo – coreografias do impossível (Museu de Arte Contemporânea do Ceará), exclusiva para as instituições Instituto dos Cegos do Estado do Ceará (ACEC), Escola Felippo Smaldone e Sociedade de Assistência aos Cegos (SAC). Os grupos convidados terão acesso à mediação especializada e a recursos de acessibilidade nas exposições, como audiodescrição, intérprete de libras, vídeo em libras, toque orientado, entre outros.
No sábado, dia 28 de setembro, a “Experiência Imersiva: além do que se pode sentir” propõe um espaço para questionamentos: O que posso sentir quando fecho meus olhos? O que percebo? É possível tocar? Cheirar? Ouvir? A que serve um museu quando a arte “visual” não é possível? Com essas questões em mente, os participantes serão vendados e provocados a utilizar outros sentidos para fruir artística e culturalmente as exposições “Mino por Inteiro” (Museu da Cultura Cearense) e itinerância da 35ª Bienal de São Paulo – coreografias do impossível (Museu de Arte Contemporânea do Ceará). A ação disponibilizará 10 vagas e será acompanhada pelos integrantes do Projeto Acesso e pelo grupo de educadores dos museus.
PROGRAMAÇÃO COMPLETA
*sujeita a alterações
23 de setembro (segunda-feira)
17h às 19h – Abertura | Roda de conversa “Experiências de Acessibilidade e Inclusão Social”, com Alana Oliveira, Weverson Martins, Vitória Sâmea, Carlizeth Campos, Carlos Viana, Lara Lima, Fernanda Venâncio, Renatta Franco e Marcos Rodrigues
Na Varanda dos Museus
Gratuito | Livre | 40 vagas | Acessível em Libras
23 a 25 de setembro (segunda a quarta)
14h às 17h – Minicurso “Diversidade e Inclusão em Espaços Educacionais e Culturais”, com o Projeto Acesso e professora convidada Isabeli Matos
Na Ocupação 9 de Julho (1º piso do MAC.CE)
Gratuito | Livre | 20 vagas | Acessível em Libras e Audiodescrição
25 a 27 de setembro (quarta a sexta)
14h às 17h – Minicurso “Introdução à Libras e à Cultura Surda”, com Projeto Acesso
Na Ocupação 9 de Julho (1º piso do MAC.CE)
Gratuito | Livre | 20 vagas | Acessível em Libras e ensino tátil para pessoas com deficiência visual ou baixa visão.
26 e 27 de setembro (quinta e sexta)
14h às 17h – Mediação Educativa Acessível
Na itinerância da 35ª Bienal de São Paulo (MAC-CE), Exposição Vaqueiros (MCC) e no Planetário Rubens de Azevedo
Atividade voltada para as instituições convidadas Instituto dos Cegos do Estado do Ceará (ACEC), Instituto Filippo Smaldone, Sociedade de Assistência aos Cegos (SAC), Escola Municipal Ismael Pordeus. Acessível em Libras
28 de setembro (sábado)
14h às 16h – “Experiência Imersiva: além do que se pode sentir”, uma visita vendada às exposições Mino por Inteiro e 35ª Bienal de São Paulo – coreografias do impossível, com Carlos Viana, Lara Lima e Carol Chaves
no Museu da Cultura Cearense e no Museu de Arte Contemporânea do Ceará
Gratuito | Livre | 10 vagas
Sobre os ministrantes
Alana Oliveira é supervisora de Acessibilidade e Diversidade da Pinacoteca do Ceará. É graduada em Letras Português pela Universidade Federal do Ceará e técnica em Tradução e Interpretação de Libras pela Escola Estadual de Educação Profissional Joaquim Nogueira.
Weverson Martins é coordenador do Encontro Jovens Surdos do Ceará. É graduando em Gestão Desportiva e de Lazer do Instituto Federal do Ceará.
Vitória Sâmea é supervisora do Programa de Acessibilidade da Escola de Artes e Cultura do Centro Cultural Bom Jardim. Mulher negra e pessoa com deficiência física, possui formação como Tradutora/Intérprete de Língua Brasileira de Sinais, é graduanda em Letras-Libras e atua como intérprete nos mais diversos espaços culturais. Realiza atividades como assessoria em acessibilidade para eventos artísticos e culturais.
Carlizeth Campos integra a equipe do Museu de Arte da Universidade Federal do Ceará. É graduanda em Letras pela Universidade Estácio de Sá. Possui um vasto conhecimento sobre Dosvox e NVDA, tecnologias assistivas desenvolvidas para pessoas com deficiência visual. Alfabetizou-se por meio do Sistema Braille, possuindo uma ampla experiência nos processos de leitura e escrita do referido sistema. Colabora em pesquisas científicas voltadas à inclusão das pessoas com deficiência visual nos aspectos arquitetônico, informacional, tecnológico e atitudinal. É servidora da UFC desde dezembro de 2013.
Carlos Viana é membro do Projeto Acesso no Museu da Cultura Cearense e integrante do GT de Acessibilidade Cultural da Secretaria da Cultura do Ceará.
Lara Lima é membro do Projeto Acesso no Museu da Cultura Cearense. É graduada em Letras com habilitação em Português e Espanhol pela Universidade Federal do Ceará e especialista em Gerenciamento de Projetos pelo Instituto Prominas. Membro do GT de Acessibilidade Cultural da Secretaria da Cultura do Ceará. Consultora em audiodescrição, tradutora simultânea de português/espanhol espanhol/português. Assistente técnica de testes na DELL Tecnologia.
Fernanda Venâncio é membro do Projeto Acesso no Museu da Cultura Cearense, atuando como intérprete de Libras.
Renatta Franco é doutoranda e mestra em Linguística Aplicada pelo Programa de Pós-Graduação em Linguística Aplicada da Universidade Estadual do Ceará. Pós-Graduanda em Audiodescrição na PUC – Minas. Trabalha desde 2016 com recursos de acessibilidade para pessoas com deficiência visual e auditiva. O primeiro contato que teve com a área foi por meio do grupo de pesquisa da Universidade Estadual do Ceará – LEAD/LaTAV, em 2014. Trabalha como audiodescritora, legendista, consultora e ministra cursos sobre audiodescrição.
Marcos Rodrigues é bacharel em Serviço Social pela Faculdade Cearense, especialista em Políticas Públicas e Seguridade Social e em Psicopedagogia pela Faculdade Plus, e mestrando em Avaliação de Políticas Públicas pela Universidade Federal do Ceará (UFC). Integra a equipe da Biblioteca Estadual do Ceará.
Paulo W. Lima é arte educador, professor de filosofia na Seduc-CE, produtor cultural e coordenador de acessibilidade no Coletivo Kintal de Afetos (CKA). Integrante da rede do Fórum Latino-Americano de Cinema e Impacto Social, Doutorando em Filosofia pela Unifesp – na linha de Subjetividade, Arte e Cultura. Professor efetivo de Filosofia na Escola de Ensino Médio. Maria Dione Bezerra Pessoa, de Pacajus-CE.
Prof.ª Me. Izabeli Sales Matos é profissional de Educação Física Mestra em Educação; Especialista em Atendimento Educacional Especializado; em Formação de Professores na Área da Deficiência Visual; em Psicomotricidade e em Lazer. Atual docente da Associação de Cegos do Estado do Ceará (ACEC), Docente dos Cursos de Especialização em Educação Inclusiva (UECE) e do Grupo SER Educacional (Recife – PE). Consultora em Serviço técnico especializado de ações educativas inclusivas com foco em espaços culturais e museológicos.
Maria Clara é estudante ouvinte do curso de Libras na escola EEEP Joaquim Nogueira e estagiária de Interpretação e Tradução em LIBRAS no Museu da Cultura Cearense.
João Vitor é estudante surdo do curso de Libras na escola EEEP Joaquim Nogueira e estagiário de Instrução em Libras no Museu da Cultura Cearense.
Caroline Chaves é graduanda em Letras-Português pela Universidade Estadual do Ceará e estagiária de Audiodescrição no Projeto Acesso do Museu da Cultura Cearense.
Exposições acessíveis gratuitas
Além das atividades interativas, as exposições em cartaz nos Museus do Centro Dragão do Mar seguem com recursos de acessibilidade para além da programação da 18ª Primavera dos Museus, com visitação gratuita de quarta a sexta,das 9h às 18h (último acesso às 17h30), e das 13h às 18h (com acesso até as 17h30) aos sábados, domingos e feriados.
Até 10 de novembro, o Museu de Arte Contemporânea do Ceará (MAC-CE) segue com a exposição ‘coreografias do impossível’, recorte itinerante da 35ª Bienal de São Paulo que tem curadoria de Diane Lima, Grada Kilomba, Hélio Menezes e Manuel Borja-Villel, e explora as complexidades e urgências do mundo contemporâneo ao abordar transformações sociais, políticas e culturais. A mostra traz audiodescrição, desenhos táteis, Braille e letras ampliadas, vídeo Libras, intérprete de Libras, instalações interativas e conteúdo orientado.
No MCC, podem ser conferidas duas exposições. Ocupando as salas 1 e 2, até 3 de novembro, “Mino por Inteiro” homenageia o cartunista e artista visual cearense, que conta com audiodescrição, maquete tátil, desenhos táteis, braille e letras ampliadas, vídeo Libras, intérprete de Libras, instalações interativas e conteúdo orientado. No piso inferior, a mostra de longa duração “Vaqueiros” apresenta o encantador da cultura sertaneja, dispondo de textos e legendas em Braille, letras ampliadas, maquetes táteis, vídeo Libras, imagens táteis e audiodescrição.
Sobre os Museus do Dragão
O Museu da Cultura Cearense (MCC) e o Museu de Arte Contemporânea do Ceará (MAC-CE) integram o Centro Dragão do Mar de Arte e Cultura (CDMAC), complexo cultural da Secretaria da Cultura do Estado do Ceará (Secult Ceará), gerido pelo Instituto Dragão do Mar (IDM).
Serviço: 18ª Primavera dos Museus – “Museus, Acessibilidade e Inclusão – nos Museus do Dragão do Mar
Período: 23 a 28 de setembro de 2024
Horários: diversos
Local: Museu da Cultura Cearense (MCC) e Museu da Arte Contemporânea do Ceará (MAC-CE_, no Centro Dragão do Mar de Arte e Cultura (R. Dragão do Mar, 81 – Praia de Iracema, Fortaleza)
Acesso gratuito e livre mediante inscrições via formulário online: bit.ly/
Mais informações: www.dragaodomar.org.br e nos perfis @mccdragao (www.instagram.com/mccdragao) e @macdragao (www.instagram.com/macdragao)