Com o aumento da demanda por soluções mais seguras e acessíveis, o gás natural está ganhando espaço como uma opção vantajosa para condomínios no Ceará.

Nos primeiros meses de 2024, as residências no Ceará representaram apenas 1,3% do consumo total de gás natural no estado, mas os condomínios têm se destacado como uma importante tendência na transição do gás liquefeito de petróleo (GLP) para o gás natural encanado. A mudança não só visa maior segurança, como também traz benefícios econômicos significativos para os moradores.

De acordo com Luciana Lima, CEO da Gestart Condomínios, as adaptações para o gás natural são cada vez mais comuns em projetos novos, onde o uso de botijões de GLP foi praticamente descartado. “Nos antigos condomínios, era comum o uso de botijões maiores armazenados em áreas específicas. No entanto, a maior segurança proporcionada pela tubulação tem incentivado muitas obras de adaptação”, explica.

A escolha pelo gás canalizado tem sido fortemente impulsionada pela normativa do Corpo de Bombeiros, que recomenda a adequação das instalações para o gás natural, garantindo mais segurança para os moradores. Além disso, o aspecto econômico também tem sido um fator determinante, com o gás natural oferecendo um custo consideravelmente mais baixo. “Enquanto o preço do GLP gira em torno de R$ 8,79 por quilo, o gás natural pode ser adquirido por até R$ 4 o metro cúbico”, compara Luciana.

A Companhia de Gás do Ceará (Cegás) foi responsável pelo aumento da oferta de gás natural, atendendo a 12% mais condomínios em 2023. A tabela de tarifas da empresa, que varia de R$ 4,339/m³ a R$ 3,9118/m³, reflete uma economia substancial em relação ao GLP. Para os condomínios, a tarifa mínima mensal, que corresponde a um consumo de até 20 m³, é de R$ 86,78.

Ainda que o retorno do investimento nas adaptações necessárias seja de longo prazo e dependa de características específicas de cada condomínio, muitos síndicos já reconhecem o valor dessa mudança. A instalação de gás natural, que exige contratação de engenheiro e mão de obra especializada, se torna uma escolha não apenas de segurança, mas também uma alternativa inteligente e econômica para os condôminos.

“O crescimento desse mercado também está condicionado à expansão da rede de distribuição, que ainda precisa ser ampliada para atender a um número maior de consumidores. Contudo, a tendência de migração para o gás natural tem ganhado força, especialmente entre aqueles que buscam maior eficiência e redução de custos”, comenta Luciana Lima.