Recentes estudos indicam que as novas gerações enfrentam níveis alarmantes de tristeza e ansiedade, o que tem levado especialistas a se referirem a essa como a “geração mais triste de todos os tempos.” Dados de pesquisas globais mostram que jovens de diferentes partes do mundo estão experimentando um aumento significativo em problemas de saúde mental, como depressão e ansiedade, fatores que preocupam tanto pais quanto profissionais da área.
Elaine de Tomy, psicanalista e vice-presidente do Instituto Revoar, destaca que essa realidade é resultado de uma combinação complexa de fatores sociais, econômicos e tecnológicos. “Vivemos em um mundo de pressões incessantes. As expectativas em torno do sucesso profissional, a competitividade exacerbada, e o impacto das redes sociais criam um ambiente onde os jovens se sentem constantemente avaliados e insuficientes,” explica Elaine.
De acordo com um estudo realizado pela Organização Mundial da Saúde (OMS), os índices de depressão revelam que quase um bilhão de pessoas já viveu com transtornos mentais, e o suicídio foi responsável por mais de 1% das mortes, com 58% ocorrendo antes dos 50 anos. “Os dados são alarmantes. Nunca antes vimos uma geração tão conectada digitalmente, mas ao mesmo tempo, tão desconectada emocionalmente. Esse paradoxo está na raiz de muitos dos problemas que observamos hoje,” pontua a especialista.
Elaine de Tomy também ressalta o papel das redes sociais nesta crise. “A comparação constante, a busca por validação através de curtidas e seguidores, e a exposição a conteúdos muitas vezes tóxicos têm um impacto profundo na autoestima dos jovens. Isso contribui para o desenvolvimento de uma imagem distorcida de si mesmos e de suas realidades, aumentando sentimentos de inadequação e tristeza,” afirma.
Outro ponto levantado por Elaine é a crescente pressão acadêmica e profissional. “A competitividade no mercado de trabalho e a exigência de excelência em todas as áreas criam um ambiente de estresse constante. Muitos jovens se sentem sobrecarregados, sem o suporte emocional necessário para lidar com tantas demandas,” acrescenta.
Para enfrentar essa crise, Elaine sugere uma abordagem integrada que inclua educação emocional, redução das expectativas irreais e maior apoio psicossocial. “É essencial que as escolas e famílias estejam atentas a esses sinais de alerta. A educação emocional deve ser uma prioridade, ensinando os jovens a gerenciar suas emoções, reconhecer quando precisam de ajuda e buscar apoio sem medo do estigma,” conclui.
Sobre o Instituto Revoar
O Instituto Revoar, braço social da Rede Memorial Fortaleza. Revoar vem do significado tornar a voar, voltar voando, que é associado a leveza e descoberta, e simbolicamente, ajuda as pessoas a se renovarem e se reconectar com o mundo novamente.