O mês de outubro é dedicado para a conscientização e prevenção dessa condição.

 

O dia 15 de outubro é dedicado ao Dia Internacional da Sensibilização e Conscientização à Perda Gestacional. Regionalmente, desde 2009, por meio da lei do Estado do Ceará de nº 14.378 e da lei do Município de Fortaleza de nº 9.521, a data é reconhecida como o Dia Estadual e Municipal de Combate às Perdas Gestacionais. Porém, mesmo com leis em vigor, ainda existe pouco diálogo sobre o tema entre governantes, sociedades médicas e civil.

 

A perda gestacional antes de 20 semanas de gravidez pode ocorrer em uma a cada quatro gestações. Por outro lado, os números de óbitos fetais são menores. A Organização Mundial de Saúde estima que, anualmente, em todo o mundo ocorrem quase dois milhões de óbitos fetais, o que equivale a um natimorto a cada 16 segundos. Em 2020, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística registrou cerca de 24 mil casos de óbitos fetais.

 

“Em termos médicos, a perda gestacional é a morte de um bebê (embrião, feto ou recém-nascido) que ocorre em qualquer momento durante a gestação ou logo após o parto. Aborto espontâneo e óbito fetal é a morte com expulsão do feto antes ou depois da 20ª semana de prenhez, respectivamente, e a perda do bebê logo após o nascimento é conhecida como óbito neonatal. Casais que passaram por esse trauma relatam sentimentos, como culpa, fracasso, tristeza, frustração e choque, além de medo e insegurança para tentar engravidar novamente”, explica Marcelo Cavalcante, médico ginecologista e especialista em reprodução humana.

 

Principais fatores

 

As causas podem ser variadas, como fatores genéticos, anatômicos, hormonais, imunológicos, estilo de vida, e também complicações da própria gestação, más assistências pré-natal e neonatal, e até causas desconhecidas.

 

“Por isso, torna-se tão importante o acompanhamento com o seu médico de confiança. Caso algo esteja errado, o diagnóstico prévio é o passo número um para a descoberta de um tratamento correto que minimize uma possível complicação que possa levar a um aborto”, explica Cavalcante.

 

Prevenção

 

Ainda de acordo com o médico, estudos demonstram que medidas de fácil implantação no planejamento familiar, no acompanhamento pré-natal e na assistência ao parto e recém-nascido são capazes de reduzir pela metade os casos de perdas gestacionais. Além disso, promover a conscientização sobre a gravidez e a perda gestacional não apenas aumenta a probabilidade de que as famílias enlutadas recebam apoio, mas também resulta em melhores esforços de educação e prevenção que podem reduzir a incidência dessas tragédias.

 

“Mesmo passando por momentos tão delicados, é importante ressaltar que não representam o fim das chances de uma próxima gravidez. A orientação para manter um bom estilo de vida, com dietas saudáveis, exercícios físicos, acompanhamento com médico especialista e até possíveis alternativas viáveis como técnicas de fertilização, dependendo do caso, aumentam as chances de um desfecho feliz”, finaliza o especialista.