As pesquisas relacionadas ao comportamento do consumidor de Fortaleza no mês de março, realizadas pela Fecomércio Ceará, por meio do seu Instituto de Pesquisa e Desenvolvimento do Comércio (IPDC), divulgadas nesta terça-feira (18/03), revelam um cenário de otimismo e recuperação para os consumidores na capital cearense. Enquanto o endividamento atingiu o menor patamar desde 2020, a confiança do consumidor apresentou leve queda, com otimista em alta.
A diretora institucional da Fecomércio Ceará, Cláudia Brilhante, destaca que as pesquisas mostram um cenário muito positivo para o comércio, principalmente nessa época em que é comum existir uma retração da movimentação no setor. “Com o consumidor menos endividado e otimista com o futuro, é hora dos comércios se prepararem com ofertas, descontos e estratégias de vendas para receber esse fortalezense que está pronto para consumir”, disse.
Endividamento em queda e inadimplência sob controle
A Pesquisa do Endividamento do Consumidor da Fecomércio Ceará aponta que 67,9% dos consumidores da capital cearense possuem dívidas, registrando uma queda de 2,9 pontos percentuais em relação a fevereiro (70,8%). Esse é o menor nível desde dezembro de 2020 (65,2%).
Apesar da melhora, a inadimplência teve leve aumento: o percentual de consumidores com contas em atraso subiu de 18,0% para 19,0% no período. O principal motivo para o não pagamento das dívidas segue sendo o desequilíbrio financeiro (56,8%), seguido pela priorização de outros gastos (37,7%).
Os consumidores destinam, em média, 43,9% da renda familiar para o pagamento de dívidas, com um endividamento médio de R$ 1.840 e prazo de quitação de oito meses. O cartão de crédito continua sendo o principal meio de endividamento (82,4%), seguido por financiamentos bancários (13,3%) e empréstimos pessoais (11,2%). Os principais fatores que levam ao endividamento são compras de alimentos a prazo (62,7%), despesas com saúde (29,0%) e aluguel (26,2%).
A pesquisa também indica que o endividamento afeta mais mulheres (68,3%), pessoas acima de 35 anos (69,5%) e consumidores com renda de até cinco salários-mínimos (69,0%).
Confiança do consumidor tem leve recuo, mas otimismo persiste
Já o Índice de Confiança do Consumidor (ICC) apresentou queda de 4,9%, passando de 118,4 pontos em fevereiro para 112,5 em março. Essa redução reflete a piora tanto na percepção sobre a situação atual (queda de 5,3% no Índice de Situação Presente, que chegou a 105,1 pontos) quanto nas expectativas futuras (recuo de 4,7%, atingindo 117,5 pontos).
Mesmo com a queda no ICC, 68,3% dos consumidores afirmam que sua situação financeira está melhor do que há um ano, e 77,9% acreditam que ela será ainda mais favorável nos próximos meses. Sobre a economia nacional, 55,4% mantêm uma visão positiva para o futuro, impulsionados por expectativas de crescimento do PIB e melhorias no mercado de trabalho.
A intenção de compra também teve uma pequena redução, passando de 33,7% em fevereiro para 31,5% em março, ficando abaixo dos 36,6% registrados no mesmo período do ano passado. Os consumidores mais propensos a comprar são mulheres (32,3%), jovens de 18 a 24 anos (43,8%) e pessoas com renda acima de dez salários-mínimos (47,0%).
O valor médio de compra estimado é de R$ 651,93, com destaque para bens como geladeiras e refrigeradores (18,3%); móveis e artigos de decoração (17,2%); televisores (13,4%); lavadoras de roupa (13,2%); celulares e smartphones (12,5%); artigos de vestuário (10,0%).