Casos como o da fonoaudióloga Tereza Gomes reforçam a importância da conscientização e prevenção do câncer colorretal,
A fonoaudióloga Tereza Gomes, de 62 anos, já realizou cerca de sete colonoscopias ao longo da vida. O rastreamento periódico foi uma recomendação de sua irmã, médica, que, após o diagnóstico do pai – falecido aos 54 anos devido a um câncer de intestino –, alertou todos os familiares sobre a importância da prevenção. “Desde os 40 anos, faço esse exame regularmente. Na maioria das vezes, foram encontrados apenas pólipos benignos, removidos durante o procedimento. No entanto, em 2022, uma lesão mais achatada foi identificada e precisou ser retirada por meio de cirurgia. Removi 35 centímetros do intestino, do lado direito, e a biópsia confirmou que se tratava de uma lesão pré-cancerígena. Graças ao exame, meu quadro não evoluiu para um câncer e hoje levo uma vida normal”, conta Tereza.
Marcelo Averbach, coloproctologista e cirurgião do aparelho digestivo do Hospital Sírio-Libanês, explica que o câncer colorretal se desenvolve a partir de pólipos intestinais, que podem se tornar malignos ao longo do tempo. Além do histórico familiar, alguns fatores aumentam o risco da doença. “Assim como no caso da Tereza, a predisposição genética é um dos principais fatores de risco, mas não o único. A maior incidência da doença ocorre após os 50 anos, e hábitos como alimentação rica em carnes processadas e pobre em fibras, obesidade, sedentarismo, tabagismo e consumo excessivo de álcool também contribuem. Além disso, doenças inflamatórias intestinais, como colite ulcerativa e doença de Crohn, podem aumentar a chance de desenvolver a doença.”
O especialista também aponta sintomas específicos que exigem atenção redobrada. “Alterações no hábito intestinal, como diarreia ou prisão de ventre prolongada, sangue nas fezes (vermelho vivo ou escuro), dor ou desconforto abdominal persistente e perda de peso inexplicável são sinais de alerta. Caso esses sintomas apareçam, é fundamental procurar um médico”, orienta Averbach.
A detecção precoce do câncer colorretal pode ser feita por meio de diferentes exames, de acordo com a idade e histórico do paciente. “A colonoscopia é recomendada a partir dos 45 anos para a população em geral e, para quem tem histórico familiar da doença, pode ser indicada ainda antes. Além disso, entre os 45 e 50 anos, recomenda-se a pesquisa de sangue oculto nas fezes. Dependendo do caso, o médico pode solicitar uma sigmoidoscopia, exame menos invasivo que avalia parte do intestino grosso”, detalha o especialista.
Quando diagnosticado precocemente, o câncer colorretal tem altas taxas de cura, podendo ultrapassar 90%, explica o Averbach. “Nos estágios iniciais, a cirurgia para remoção da área afetada pode ser suficiente, e em alguns casos é necessária uma colostomia temporária ou permanente. Em quadros mais avançados, o tratamento pode envolver cirurgia, quimioterapia e radioterapia, reduzindo significativamente as chances de cura. Atualmente, há também terapias-alvo, que bloqueiam o crescimento das células tumorais em alguns casos”, acrescenta.
Após a cirurgia, Tereza adaptou alguns hábitos para manter sua saúde. “Hoje, faço a colonoscopia a cada dois anos. Além disso, eliminei os embutidos da alimentação, evito ao máximo alimentos ultraprocessados e reduzi drasticamente o consumo de álcool.” E, no mês de conscientização sobre a doença, ela reforça a importância da prevenção. “Eu mesma precisei ser convencida a fazer a colonoscopia. O preparo do exame pode ser trabalhoso, mas o benefício para a saúde é imensurável. Sempre digo: tenham mais medo de não fazer o exame do que fazê-lo. Detectar o problema precocemente faz toda a diferença. No meu caso, foi o que impediu que meu quadro evoluísse para um câncer”, finaliza.
Sobre o Sírio-Libanês
A Sociedade Beneficente de Senhoras Hospital Sírio-Libanês, instituição filantrópica que em 2021 completou 100 anos, trabalha diariamente para oferecer e compartilhar com a sociedade uma assistência médico-hospitalar de excelência, sempre com um olhar humanizado e individualizado em mais de 60 especialidades. Um trabalho reconhecido desde 2007 com o selo da Joint Commission International (JCI), o órgão mais importante do mundo em controle da qualidade hospitalar. O Sírio-Libanês mantém o compromisso assumido em 1921 por suas fundadoras e realiza iniciativas sociais em quatro pilares: Integração com a Comunidade, Ambulatórios de Filantropia, Instituto Sírio-Libanês de Responsabilidade Social e Projetos de Apoio ao SUS. Desde 2003, por meio do Sírio-Libanês Ensino e Pesquisa, a instituição contribui para o desenvolvimento de profissionais da saúde regidos pela ética e capacitados para prestar um atendimento baseado em boas práticas, além de contribuir com o desenvolvimento científico por meio de parcerias, estudos e pesquisas nacionais e internacionais. Atualmente, a instituição oferece programas de pós-graduação lato sensu e stricto sensu, programas de residências médicas e multiprofissionais, cursos de atualização (continuados e de curta duração), Ensino a Distância (EAD), estágios, seminários e reuniões científicas. O Sírio-Libanês foi pioneiro na criação de programas de Saúde Populacional, que unem empresas, operadoras e time de Atenção Primária no cuidado qualificado e acompanhamento da saúde, ajudando na gestão do benefício do plano de saúde e melhorando a qualidade de vida e a produtividade de profissionais. Atualmente, o Sírio-Libanês está presente com dois hospitais e cinco unidades em São Paulo e Brasília. Saiba mais em nosso site.