Uma pandemia de depressão está infestando a sociedade, há muitos anos. Considerado o mal do século por muitos especialistas, a doença vem frequentemente destruindo famílias.
Sabendo disso, a psicóloga do Instituto Empresariar, especializada em empresas familiares, Vanuza Ferraz, explica que a depressão nas mulheres pode apresentar sintomas semelhantes aos dos homens, como tristeza persistente, perda de interesse em atividades, fadiga, alterações no apetite e no sono, sentimentos de culpa e pensamentos suicidas.
No entanto, ela destaca que “algumas manifestações são mais comuns ou mais intensas no público feminino”. “Mulheres tendem a relatar mais sintomas emocionais, como choro frequente, sentimento de inadequação. Além disso, oscilações de humor são mais evidentes, especialmente em períodos de variações hormonais, como na TPM, pós-parto e menopausa”, completa.
Vanuza ainda aponta que a depressão feminina muitas vezes se expressa por meio de sintomas físicos, como “dores musculares, enxaquecas e distúrbios gastrointestinais”. Ela também aborda os fatores que tornam as mulheres mais vulneráveis à depressão, explicando que “as oscilações hormonais ao longo da vida, como na puberdade, ciclo menstrual, gestação, pós-parto e menopausa, influenciam diretamente o humor e a regulação emocional”.
A psicóloga também menciona o peso das responsabilidades sociais e culturais, afirmando que “nós, mulheres, ainda enfrentamos uma carga maior de responsabilidades domésticas e familiares, muitas vezes conciliando trabalho, maternidade e cuidados com parentes”, o que aumenta o risco de transtornos psicológicos.
Sobre o tratamento, Vanuza Ferraz afirma que ele deve levar em consideração os fatores hormonais, emocionais e sociais que impactam a saúde mental feminina. “A psicoterapia vai ajudar e muito na reestruturação de pensamentos negativos e no desenvolvimento de estratégias para lidar com desafios do dia a dia”, explica. “A medicação pode ser necessária, mas deve ser avaliada com atenção, considerando ciclos hormonais e possíveis efeitos colaterais”, alerta, destacando que, em casos de mulheres grávidas ou no pós-parto, a escolha do antidepressivo deve ser criteriosa para evitar impactos na gestação ou na amamentação. Além disso, ela ressalta a importância do suporte social e de práticas como atividade física, mindfulness e ajustes no estilo de vida para um tratamento eficaz.