A implementação de práticas de ESG (Governança Ambiental, Social e Corporativa) tem se tornado um diferencial estratégico para empresas que buscam melhorar a satisfação e a produtividade de seus colaboradores. No setor de Recursos Humanos, essa tendência vem ganhando força ao abordar a saúde mental no ambiente corporativo. Com a crescente preocupação sobre o bem-estar dos trabalhadores, muitas organizações têm percebido que investir na saúde psicológica dos colaboradores não é apenas uma questão de responsabilidade social, mas também uma estratégia eficaz para retenção de talentos e aumento da produtividade.
Segundo a Associação Nacional de Medicina do Trabalho (Anamt), 30% dos trabalhadores brasileiros sofrem com a Síndrome de Burnout, caracterizada pelo esgotamento físico e mental extremo. Esse dado reforça a necessidade de políticas corporativas mais estruturadas voltadas para a prevenção e o tratamento da saúde mental.
O ESG propõe que empresas adotem medidas sustentáveis tanto no aspecto ambiental quanto social e de governança. No quesito social, as iniciativas voltadas para o bem-estar dos colaboradores são um dos pilares centrais. Entre as práticas que podem ser implementadas pelo RH estão a promoção de um ambiente de trabalho saudável, com espaços mais humanizados, flexibilidade de jornada e incentivo ao home office, além de programas de apoio psicológico e campanhas de conscientização sobre saúde mental. Políticas de reconhecimento e valorização também são essenciais, assim como o respeito à carga horária e ao tempo de descanso, garantindo melhores resultados e reduzindo taxas de absenteísmo.
Celene Magalhães, gerente de Gente e Gestão da Conecta Consultoria Contábil, destaca que “o ESG tem transformado a maneira como as empresas encaram a gestão de pessoas. Criar um ambiente saudável e acolhedor não é mais um diferencial, mas uma necessidade para garantir que os colaboradores desempenhem seu melhor papel sem comprometer sua saúde mental”. Ela ressalta que iniciativas como acompanhamento psicológico, programas de bem-estar e ações de engajamento contribuem diretamente para um clima organizacional mais positivo e produtivo.
A partir de 25 de maio de 2025, o Ministério do Trabalho e Emprego exigirá que as empresas brasileiras incluam avaliação dos riscos psicossociais em seus processos de gestão de segurança e saúde no trabalho. Essa medida reforça a necessidade de que as organizações se preparem para oferecer um ambiente mais acolhedor e responsável para seus colaboradores. Investir em ESG não apenas melhora a qualidade de vida dos trabalhadores, mas também impacta diretamente nos resultados empresariais. Funcionários mais satisfeitos e mentalmente saudáveis são mais produtivos, criativos e leais às empresas. Além disso, organizações que adotam boas práticas de ESG tendem a atrair mais talentos e se destacar no mercado.
A atenção à saúde mental no ambiente corporativo deixou de ser uma obrigação legal para se tornar um compromisso com o futuro das relações de trabalho. Empresas que compreendem essa necessidade e investem no bem-estar de seus colaboradores estão um passo à frente na retenção de talentos e na construção de um ambiente empresarial mais saudável e produtivo.