No mês de outubro, os artistas e pesquisadores Eduardo Bruno e Waldírio Castro realizam a intervenção urbana “Clínica de Reabilitação para Homofóbicos”, que visa provocar reflexão sobre a homofobia e outras formas de opressão. O trabalho, inicialmente focado na homofobia por ser uma vivência direta dos artistas, também inspira outras dissidências de gênero, sexualidade e corporalidade a criarem suas próprias “clínicas” para tratar transfobia, racismo, capacitismo e xenofobia estruturais em nossa sociedade.
A performance, já realizada no Festival “Sindicato da Performance” no Crato (CE), e em Fortaleza, na Mostra Verbo (Pinacoteca do Ceará) e no Centro Dragão do Mar, retorna à cidade a partir desta quinta-feira, dia 10 de outubro, das 10h às 11h, na Praça de Messejana.
Na performance, os artistas, usando uniformes da “Clínica”, distribuem panfletos que dizem: “Se você tem se sentido homofóbico, nós temos a solução”, juntamente com um número de telefone e WhatsApp. Em um momento da ação, eles exibem uma faixa de dois metros em uma faixa de pedestres com a mensagem: “Homofobia tem cura e você pode se tratar conosco”, convidando o público a interagir via WhatsApp em horário comercial, como em um Call Center performático.
“Além das performances ao vivo, a circulação da “Clínica de Reabilitação para Homofóbicos” contará com 8 busdoors espalhados em diferentes linhas de ônibus de Fortaleza por um mês. Para garantir um atendimento qualificado via WhatsApp, um psicólogo especializado em gênero e sexualidade estará disponível para suporte”, destaca Eduardo Bruno.
Como última etapa do projeto, que é uma realização da Plataforma Imaginários com apoio da Secretaria de Cultura de Fortaleza por meio da Lei Paulo Gustavo, será lançado o foto-livro com 200 exemplares, contendo registros das quatro performances realizadas em diferentes regiões de Fortaleza, além de imagens dos busdoors e relatos dos performers Eduardo Bruno e Waldírio Castro.
“O trabalho subverte a lógica histórica de patologização, ao propor que não a homossexualidade, mas sim a homofobia é a verdadeira doença que precisa ser tratada. Ao provocar o imaginário sobre a patologização da homofobia, a obra denuncia a violência e o sofrimento gerados contra corpos LGBTQIAPN+, inserindo-se como uma produção artivista de resistência ao conservadorismo e à violência social”, afirma Waldírio Castro.
SERVIÇO
Clínica de Reabilitação para Homofóbicos
Performances em Fortaleza:
10/10 – Praça da Messejana (10h às 11h)
17/10 – Feira do Álvaro Weyne (10h às 11h)
21/10 – Praça das Artes – Maraponga (18h às 19h)
31/10 – Beira-Mar – Praia de Iracema (18h às 19h)
Gratuito
SOBRE OS ARTISTAS:
Eduardo Bruno é artista-pesquisador-curador-
Waldírio Castro (Campina Grande – PB, 1991) é bixa-artista-pesquisador-