Neste Dia Mundial do Cérebro, celebrado anualmente em 22 de julho, a atenção global se volta para um dos órgãos mais essenciais do corpo humano. Responsável por controlar todas as funções do nosso organismo, o cérebro não apenas armazena nossas memórias e emoções, mas também coordena nossos movimentos e pensamentos. Apesar de seu papel vital, muitas vezes negligenciamos os cuidados necessários para manter o cérebro saudável e em pleno funcionamento.

 

De acordo com uma análise recente do Global Burden of Disease, Injuries and Risk Factors Study (GBD), publicada na revista The Lancet Neurology em 2024, o número de pessoas afetadas por doenças neurológicas tem crescido significativamente nas últimas três décadas. Em 2021, cerca de 3,4 bilhões de pessoas em todo o mundo enfrentaram alguma condição relacionada ao sistema nervoso, incluindo AVC (Acidente Vascular Cerebral), Alzheimer, outras demências e meningite.

 

O neurocirurgião e docente do Instituto de Educação Médica (IDOMED), Saulo Teixeira, destaca que proteger o cérebro não se resume apenas ao atendimento neurológico ou neurocirúrgico. “Exames médicos regulares são fundamentais para monitorar níveis de pressão arterial, glicemia, colesterol e triglicérides, fatores que influenciam diretamente a saúde cerebral”, explica o especialista. Esses exames ajudam a detectar precocemente condições que podem comprometer o bom funcionamento do cérebro, permitindo intervenções oportunas.

 

Outro aspecto crucial para a saúde do cérebro é evitar o tabagismo. “O fumo, além dos seus efeitos adversos gerais no corpo, causa danos significativos às artérias cerebrais e compromete o sistema de irrigação do cérebro, num processo chamado de ateromatose”, alerta Saulo Teixeira. Moderação no consumo de álcool também é essencial para preservar as funções cerebrais ao longo dos anos.

 

A prática regular de atividade física é uma das estratégias mais eficazes para manter o cérebro saudável. “Ela melhora a circulação sanguínea e aumenta a oxigenação do cérebro, contribuindo para sua saúde e funcionalidade”, explica o neurocirurgião. Além disso, o exercício regular tem sido associado à redução do risco de várias doenças neurológicas, promovendo o bem-estar geral.

 

Prevenir eventos traumáticos, como pancadas na cabeça, também é fundamental para a saúde cerebral. Saulo Teixeira destaca a importância de medidas simples que podem ser adotadas para minimizar os riscos, especialmente entre os jovens e idosos. “No Brasil, o simples ato de usar capacete ao andar de motocicleta poderia reduzir e muito os danos cerebrais em jovens”, observa o especialista.

 

Além disso, ter uma boa qualidade de sono, controlar transtornos de ansiedade e manter-se ativo, mesmo na velhice, são práticas que contribuem para a preservação das funções cognitivas. “Estudos robustos já demonstraram que um sono reparador e atividades produtivas estão relacionados à manutenção de uma melhor capacidade cognitiva por mais tempo”, finaliza Saulo Teixeira.