Em sua quinta edição, o Festival de Fotografia do Sertão Central – QXAS acontece de 5 a 8 de junho, em Quixeramobim e Quixadá. A programação do QXAS 2024 mantém desde o seu lançamento a proposta formativa e de difusão da fotografia brasileira, realizando cursos, palestras, oficinas e workshops. São apenas 25 vagas por workshop e as inscrições já estão abertas na plataforma www.sympla.com.br, no valor de R$ 40 (inteira) e R$ 20 (meia entrada).

Os workshops abordarão os seguintes temas: Mulheres na Fotografia, com Mônica Maia (SP); Processos Criativos, com Eustáquio Neves (MG); A (RE)INVENÇÃO DA REALIDADE – Fotografia, acontecimento e interpretação, com Alexandre Sequeira (PA); Escrever Imagens, com Rafael Brasileiro (CE); [foto]livros e outros objetos: processo e criação do artista, com José Diniz (RJ). Também será realizado o curso Fotografia e Expressão, com Fernando Jorge (CE).

Vale destacar que 40% das vagas dos workshops são destinadas a fotógrafos, estudantes de Artes Visuais e de Design da região do Sertão Central.

Tudo que já foi, é o começo do que vai vir

No sertão e na vida, como escreveu João Guimarães Rosa, “tudo que já foi, é o começo do que vai vir”. Esse é o tema da quinta edição do QXAS que será abordado por meio de palestras, workshops, exposições, saídas fotográficas, rodas de conversas e leituras de portfólios, dentre outras atividades. Com exceção dos workshops, a programação é gratuita e de livre acesso do público.

Nesta edição, a curadoria é assinada por Iana Soares, Maíra Gamarra e Elen Andrade. A convocatória dos artistas visuais que vão expor seus trabalhos já foi realizada e o resultado está disponível no perfil do Instagram @festivalqxas. No total, foram 230 inscritos de 23 estados brasileiros, resultando em 30 selecionados. Além do Ceará, há representantes de Santa Catarina, Rio de Janeiro, Amazonas, Rondônia, Pernambuco, Minas Gerais, Pará, São Paulo, Sergipe, Bahia e Paraná.

Sobre o festival

O Qxas tem o objetivo de promover o intercâmbio entre a fotografia cearense e a produção contemporânea brasileira nos campos da expressão e do conhecimento e fomentar a produção cultural e artística, contribuindo para a democratização do acesso à cultura e a difusão da fotografia brasileira.

O festival tem patrocínio do Banco do Nordeste, da Executiva Agronegócios e do Banco Itaú. Conta com parcerias estratégicas com a Sertão TV, Sistema Maior de Comunicação, Secretaria de Cultura e Prefeitura Municipal de Quixadá, Instituto Dragão do Mar, Casa de Antônio Conselheiro, Casa de Saberes Cego Aderaldo, Instituto Mirante, Museu da Imagem e do Som, Secretaria de Cultura e Governo do Estado do Ceará. A realização é da Conexões Criativas e Instituto da Fotografia, com o suporte da Lei de Incentivo à Cultura, Ministério da Cultura e Governo Federal do Brasil. O QXAS faz parte da Rede de Festivais de Arte e Cultura do Ceará e da Rede de Produtores de Fotografia do Brasil.

Serviço:

5º Festival de Fotografia do Sertão Central (QXAS) – Workshops

Data: De 05 a 08/06

Inscrições: www.sympla.com.br

Valor: R$ 40 (inteira) e R$ 20 (meia-entrada)

Mais informações: @festivalqxas

 

Workshops

A (RE)INVENÇÃO DA REALIDADE – Fotografia, acontecimento e interpretação, com Alexandre Sequeira (PA)

Dia 06 de junho, das 13h às 16h, na Casa de Antônio Conselheiro – Quixeramobim

Dia 08 de junho, das 8h30 às 11h30, na Fundação de Cultura de Quixadá– Quixadá

 O encontro pretende promover um espaço de reflexão em torno de poéticas fotográficas que estabelecem relação entre o documental e o imaginário. A partir da apreciação de trabalhos fotográficos referenciais e da discussão sobre alguns teóricos referenciais, o encontro propõe uma combinação entre teoria e gesto criativo, contribuindo com as pesquisas no campo de poéticas fotográficas que vem sendo desenvolvidas pelos participantes.

Alexandre Sequeira (PA) – Artista visual, Doutor em Arte pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e professor dos cursos de graduação e do programa de pós-graduação em Artes da Universidade Federal do Pará (UFPA). Desenvolve trabalhos que estabelecem relações entre fotografia e alteridade social, tendo participado de encontros de fotografia, seminários e exposições no Brasil e exterior. Tem obras no acervo do Museu da UFPA, Espaço Cultural Casa das 11 Janelas; Coleção Pirelli/MASP, Museu de Arte do Rio/MAR, Museu de Arte Contemporânea do Rio Grande do Sul, Museu da Fotografia/CE e Coleção de Fotografia da Associação Brasileira de Arte Contemporânea/ABAC.

 

[foto]livros e outros objetos: processo e criação do artista, com José Diniz (RJ)

Dia 07 de junho, das 14h30 às 17h30, na Casa de Antônio Conselheiro – Quixeramobim

Dia 08 de junho, das 14h às 17h, na UECE Campus Quixadá – Quixadá

Livros de artista e outros objetos são espaços onde o artista têm a possibilidade de expressar ideias, experimentações, reflexões e formas visuais baseadas no contexto dos seus projetos tendo como eixo a fotografia. A vivência com o artista visual e fotógrafo José Diniz têm como objetivo apresentar práticas e caminhos para a produção de trabalhos tendo como base a experiência do próprio artista.

José Diniz (RJ) – Possui pós-graduação em Fotografia pela Universidade Cândido Mendes (UCAM-Rio) e pela Escola de Artes Visuais do Parque Lage. Publicou o livro Periscope (2014) e atua na produção de livros de artistas. Reconhecido em diversas premiações, inclusive pelo Prêmio FUNARTE Marc Ferrez de Fotografia (2012), já expôs no Brasil e no exterior, incluindo países como Estados Unidos, França, Portugal, Rússia, Argentina  Uruguai. Seus trabalhos constam em coleções privadas e nos Museum of Fine Art – Houston, Bibliothèque Nationale de France, Art Museum of the Americas – Washington, Coleção Diário Contemporâneo, Stanford University, MAM/Coleção Joaquim Paiva-Rio, MAR – Rio, MAC Salta – Argentina, dentre outras.

Escrever Imagens, com Rafael Brasileiro (CE)

Dias 07 e 08 de junho, das 14h às 17h, na Fundação de Cultura de Quixadá– Quixadá

O workshop proposto discute exemplos de obras que estejam próximas ao limite tênue entre fotografia e literatura, apresentando obras que sejam compostas por técnicas de ambas as áreas e que habitam essa zona fronteiriça. Serão abordadas teorias fotográficas, como o instante decisivo, proposto por Cartier-Bresson, e discussões a partir da leitura de trechos de “A câmara clara”, de Roland Barthes, e de “A filosofia da caixa preta”, de Vilém Flusser, bem como serão discutidas técnicas literárias. A oficina dialoga com a proposta curatorial do festival QXAS 2024 por também pensar a discussão de interseções. A proposição de lidar com mais de uma linguagem criativa é também uma maneira de fazer ligações entre vários momentos do sertão, seja o presente, passado ou futuro, utilizando-se de técnicas mistas. Futuro e passado poderão confluir não apenas como conteúdo a ser discutido, mas também como prática artística.

Rafael Brasileiro (CE) – É graduado em Cinema e Audiovisual pela Universidade Federal do Ceará (UFC). Assinou a direção e roteiro de três curtas-metragens (Deusa Olímpica, Vagabundos Eficazes e Passarinhando), além de ter trabalhado em funções técnicas de diversas produções audiovisuais. Trabalhou como produtor e curador do Ser Ver Luz, cineclube itinerante que opera no bairro Serviluz, em Fortaleza, onde pesquisou como a produção audiovisual participa da produção de subjetividade do bairro. Tem textos literários publicados em plataformas digitais, como a Amazon, e também presta serviços de leitura crítica e edição de textos literários.

 

Mulheres: Luz, trajetórias e estratégias, com Mônica Maia (SP)

Dia 06 de junho, às 9h30, na Casa de Saberes Cego Aderaldo – Quixadá

O encontro consiste em abordar trajetórias com troca de experiências profissionais e pessoais, além de referências de atuações e publicações na área da Fotografia. A conversa vai acolher temas comuns com o propósito de inspirar e gerar novas oportunidades de estruturas que rompam preconceito ou não representatividade, garantindo vozes múltiplas, a partir de projetos continuados. A atividade é aberta a todos os segmentos de atuação na área da fotografia, bem como a toda a cadeia produtiva. Uma conversa sobre preencher lacunas de tempo e espaço, interligando-as em uma nova linha do tempo, e não permitir apagamentos.

Mônica Maia (SP) – É editora, curadora e produtora cultural. Idealizadora do projeto Mulheres Luz (@mulheresluz_fotografia), plataforma de pesquisa e publicação de conteúdos produzidos por fotógrafas e mulheres da imagem, lançado em 2021. Sócia da DOC Galeria (2012-2022) e produtora da Mostra SP de Fotografia (2011-2022). Foi fotógrafa e editora da Agência Estado, O Estado de São Paulo e Jornal da Tarde, e colaboradora da Folha de São Paulo. Foi a primeira brasileira a ser jurada do World Press Photo. Foi curadora do 3º Encontro de Coletivos Fotográficos – ECO (2014), em Santos (SP); do Programa Nova Fotografia do MIS-SP (2019-2023), dos festivais Everyday Brasil e Festival de Imagens Periféricas (2021). Com a DOC, foi gestora da Galeria Nikon (2014-2016) e lançou a Foto Feira Cavalete. Atua em leituras de portfólios e acompanhamento de projetos. É presidenta da Rede de Produtores Culturais da Fotografia no Brasil – RPCFB e integra o Conselho Nacional de Política Cultural – CNPC.

Curso Fotografia e Expressão, com Fernando Jorge (CE)

Dias 06 e 07 de junho, das 14h às 17h, no Campus IFCE Quixadá

A partir de uma breve introdução sobre a linguagem fotográfica, o participante compreenderá a possibilidade de utilizar a fotografia para dar vazão a seus desejos e vontades de expressão pessoal, independente de equipamento e de conhecimento técnico. Também será abordada a importância das referências e de conhecer as formas de um trabalho fotográfico tomar forma. Haverá ainda um momento de prática para exercitar o olhar fotográfico que segue com a análise e discussão dos resultados dessa prática, à luz do que foi exposto em sala.

Fernando Jorge (CE) – É fotógrafo e professor de fotografia há 20 anos. Tem Mestrado em Comunicação e Artes na Universidade Nova de Lisboa, com graduação em Comunicação Social pela Universidade Federal do Ceará (UFC) e especialização em Teorias da Comunicação e da Imagem. É autor dos fotolivros Lágrima (2022) e Memento Mori (2015), sendo esse contemplado com o Prêmio Chico Albuquerque de Fotografia. Já expôs em diversas mostras coletivas: exposição Terra em Transe – Festival Solar (2018) e Museu Afro Brasil (2021); Festival de Fotografia de Tiradentes (2016 e 2017); Encontros de Agosto (2011, 2012, 2014 e 2016); 72º Salão de Abril; 69º Salão de Abril; Solar Foto Festival; deVERcidade (2007); XIV Unifor Plástica; e a exposição Postais do Ceará. Fez parte do conselho curador dos Encontros de Agosto (2013).