A SPE Águas de Fortaleza – responsável pela construção e operação da Dessal – contratou especialistas reconhecidos no meio acadêmico e pelo mercado para apresentar estudos sobre a segurança do equipamento. Uma delas foi o DHI (Danish Hydraulic Institute), uma empresa de consultoria dinamarquesa comprometida em compartilhar conhecimentos sobre ambientes aquáticos; e o outro estudo foi assinado por um consórcio formado pela Universidade Federal do Ceará, a Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio) e a Universidade Estadual Darcy Ribeiro.

Ambos os estudos constataram o que a SPE e Cagece já vêm afirmando desde o começo: a Dessal não oferece risco às estruturas já existentes na Praia do Futuro, seja na parte terrestre ou marítima, debelando de forma contundente todas as questões abordadas pela Anatel em seu último relatório.

O DHI, instituto que possui mais de 50 anos de atuação, com projetos em mais de 150 países, afirma em seu relatório que a operação da usina não tem impacto detectável nos cabos, uma vez que a corrente marítima está direcionada ao Norte, ou seja, na direção oposta aos cabos. Além disso, o estudo conclui que não há impacto detectável na salinidade e nem nas condições de ondas que afetem as áreas dos cabos. Outro fato constatado no documento é que a operação da usina não altera a morfodinâmica do leito do mar.

Já o estudo realizado pelo consórcio de universidades reafirma que a coexistência da Planta de Dessalinização com os cabos submarinos e data centers é viável e que a escolha do local foi adequada. O relatório final foi categórico: “A adoção do espaçamento mínimo de 500 metros é tão ou mais eficaz do que a recomendada pelo ICPC (Comitê Internacional de Proteção dos Cabos Submarinos)”. O estudo afirma ainda que o risco de danos à infraestrutura dos cabos submarinos é desprezível.

O equipamento, que irá injetar mil litros de água por segundo no sistema de distribuição de água de Fortaleza e vai atender diretamente 720 mil pessoas da capital, já conta com a Licença Prévia e aguarda a Licença de Instalação para início da obra, que irá ajudar a mitigar problemas recorrentes que o Estado enfrenta com as secas constantes.

“Foram 18 meses de estudos. Nos cercamos das melhores técnicas, inclusive com a assessoria da empresa IDE Technologies – especialista  no desenvolvimento e operação de algumas das maiores e mais modernas instalações de dessalinização do mundo. Nunca existiu qualquer risco mas, diante de tanta polêmica sobre assuntos técnicos, resolvemos contratar estudos de instituições idôneas, credíveis e renomadas para reforçar a segurança da obra”, explica o diretor-presidente da SPE Águas de Fortaleza, Renan Carvalho.