A Mostra, que destaca as religiões de matrizes afroindígenas no Ceará, segue com visitações gratuitas até domingo (11), no Museu da Cultura Cearense (MCC).
Museu da Rede Pública de Equipamentos Culturais da Secretaria da Cultura do Ceará (Secult Ceará) que integra o Centro Dragão do Mar de Arte e Cultura (CDMAC), gerido pelo Instituto Dragão do Mar (IDM), o Museu da Cultura Cearense (MCC) encerra neste domingo (11) a exposição “Festa, Baia, Gira, Cura”, fruto de 20 anos de pesquisa do antropólogo Jean dos Anjos, que conduz o público a uma imersão pela história das festas da umbanda e do candomblé no Ceará, com destaque para o terreiro de Umbanda e Candomblé Cabana do Preto Velho da Mata Escura | Ilé Àse Ojú Oya, localizado no bairro Bom Jardim, que celebra, em 2024, 40 anos de atuação. Com curadoria de Marília Oliveira e Rafael Escócio, o acervo reúne fotografias, documentos, imagens, esculturas, indumentárias, instalações, mural e intervenções artísticas. A mostra pode ser visitada gratuitamente, de quarta a sexta, das 9h às 18h (com acesso até as 17h30), e, excepcionalmente neste final de semana do feriadão de Carnaval, dias 10 e 11, das 14h às 18h (com acesso até as 17h30).
Sobre a exposição
Em cartaz desde setembro de 2023, com quase 25 mil visitantes desde sua abertura, a exposição convida o público a conhecer mais sobre o universo das religiões de matriz afroindígenas. “A visibilidade da exposição foi importante tanto para nós, fortalezenses, como para o público turista, porque mostra que temos cultura de terreiro, além de subverter a invisibilidade”, comenta o artista Jean dos Anjos.
“Festa, Baia, Gira, Cura” nasce a partir da historicização do terreiro homenageado. O título surge a partir de elementos primordiais nas celebrações afroameríndias e das vivências do pesquisador. Compreendendo “Festa” como condição de sociabilidade humana, são apresentadas fotografias e materialidades das festas e rituais do terreiro, com enfoque especial para a festa da Rainha Pombagira Sete Encruzilhadas e Exu, a qual ele acompanha desde 2013. Dividida em quatro núcleos, a exposição mostra a riqueza da cultura dos terreiros, bem como a resistência dos povos de terreiros na busca pela preservação da memória da umbanda e do candomblé, bem como a luta dos seus praticantes pelo fim do racismo religioso.
Sobre o artista
Jean dos Anjos, nascido e criado em Fortaleza, Ceará, é antropólogo, fotógrafo e macumbeiro. Doutorando em Sociologia pelo Programa de Pós-Graduação em Sociologia da Universidade Estadual do Ceará (UECE). Realizou exposições individuais e coletivas no Ceará, Pará, Rio de Janeiro, Santa Catarina entre outros estados brasileiros. Premiado no Salão de Abril, em 2016 e 2023. Selecionado para o Prêmio Pierre Verger da Associação Brasileira de Antropologia (ABA) da qual é membro. Participou da Temporada Formativa do Laboratório de Artes Visuais da Escola Porto Iracema das Artes, em 2019. É pesquisador do Laboratório de Antropologia e Imagem (LAI/UFC).
Sobre os curadores
Marília Oliveira é cearense de São Benedito, interessada em autoficção, memória, narrativa, imagem e palavra. Doutoranda em Artes Visuais pela Universidade Federal da Bahia (UFBA) e mestra em Comunicação pela Universidade Federal do Ceará (UFC). Atualmente pesquisa imagem e imaginação, fabulação crítica, o visível e o invisível na imagem fotográfica. É integrante do Descoletivo, coletivo de fotografia, e do FrestaLab, selo independente de edição de fotolivros e fotozines. Tem quatro fotolivros publicados, três deles em parceria com Régis Amora, pelo Descoletivo. Participou de exposições coletivas e mostras no Brasil, na França, em Portugal e na Espanha. Em 2022, participou da residência Mira Latina LAB, da residência com Eustáquio Neves em seu ateliê AEN, do Programa de Residências e Intercâmbios do Porto Dragão e do Ateliê de Criação do MIS-CE, além de integrar a coletiva Imaginários Queer, no Museu de Bellas Artes de Xátiva, na Espanha, e de lançar a Revista NERVA, da qual foi curadora e idealizadora. Em 2023, realizou sua terceira exposição individual, “Elas chegam pelo mar”, parte de sua pesquisa de doutorado, no Museu de Arte Contemporânea do Ceará (MAC-CE), projeto selecionado na Temporada de Artes Visuais, ação da Rede Pública de Espaços e Equipamentos Culturais do Estado do Ceará (Rece) da Secretaria de Cultura do Estado do Ceará (Secult-CE) em parceria com o Instituto Dragão do Mar (IDM).
Rafael Escócio é pesquisador e curador. Licenciado em Artes Visuais pelo Instituto Federal do Ceará (IFCE). Atuou como coordenador do Núcleo Educativo do Museu de Arte Contemporânea do Ceará (MAC-CE) entre 2021 e 2023. Realizou a cocuradoria das exposições “Das águas que tudo arrastam…” (2021), Terraplanagem (2018), e Bem Me Quer Mal Me Quer – Cartografias de Si (2018). Foi contemplado nos editais Arte Caucaia – Edital de Premiação de Artistas e Grupos Culturais (2021) e Edital das Artes de Fortaleza/Secultfor(2016). Atualmente vive e trabalha em Fortaleza/CE.
Serviço: Encerramento da exposição “Festa, Baia, Gira, Cura”, de Jean dos Anjos, com curadoria de Marília Oliveira e Rafael Escócio
Data: 11 de fevereiro de 2024 (domingo)
Horários: De quarta (7) a sexta (9), das 9h às 18h (com acesso até as 17h30), e no sábado (10) e domingo (11) das 14h às 18h (com acesso até as 17h30).
Local: Museu da Cultura Cearense (MCC), no Centro Dragão do Mar de Arte e Cultura (Rua Dragão do Mar, 81 – Praia de Iracema)
Acesso gratuito e livre.
Mais informações: (85) 3488.8624 ou http://www.dragaodomar.org.br