Data marca o aniversário da lei que criou a Petrobrás, garantindo ao país a soberania sobre este precioso recurso energético, fundamental no processo de transição energética.

 

O dia 3 de outubro de 1953 foi um dos mais importantes para a economia brasileira no século XX. Nesta data, o então presidente Getúlio Vargas sancionou a lei que criava a Petrobrás, que viria a se tornar, anos mais tarde, uma das gigantes mundiais na extração, refino e comercialização do petróleo e seus derivados. Daí esta data ser considerada o Dia Nacional do Petróleo, que reforça a importância da soberania nacional sobre este recurso estratégico de grande valor econômico e geopolítico.

 

Depois de décadas de expansão e desenvolvimento industrial, impulsionados pelo petróleo, o Brasil – a exemplo de muitos outros países – debate sobre as formas de equilibrar a exploração do chamado “ouro negro” com as formas renováveis de energia. Afinal, para o processo de transição energética, o petróleo continuará sendo necessário, até que o ecossistema econômico esteja apto para ser movido somente pela energia verde – o que, segundo estimativas, levará algumas décadas para ocorrer. Neste contexto, a potencialidade da Margem Equatorial pode desempenhar um papel estratégico.

 

“Muito se fala de energias limpas e renováveis, e certamente esse é o futuro. No entanto, precisamos encarar a realidade com certa dose de pragmatismo: temos um potencial imenso na Margem Equatorial, numa região onde existe a escassez de recursos e de emprego, e surgem a crescente necessidade de benfeitorias e melhorias sociais. Em paralelo, temos reservas petrolíferas nacionais na curva descendente. O que fazer diante deste panorama? Abdicar dessa riqueza e postergar nossa autossuficiência em petróleo?”, questiona Carlos Logulo, organizador do “Oil & Gas Summit – Margem Equatorial e Transição Energética”, evento que será realizado em Fortaleza, em 2025, para debater os benefícios potenciais da Margem Equatorial para a economia brasileira.

 

Margem Equatorial
Com cerca de 500 mil km², essa faixa abrange o litoral do Rio Grande do Norte até o Amapá, e tem uma estimativa de abrigar entre 15 e 17 bilhões de barris de petróleo no subsolo e de gerar, com os investimentos previstos, cerca de 300 mil postos de trabalho diretos e indiretos nos Estados do Norte e Nordeste diretamente envolvidos. “Esses montantes ultrapassam as reservas brasileiras de petróleo, de 14,8 bilhões de barris. Por isso, o Brasil não pode perder a oportunidade de investir na Margem Equatorial” avalia Carlos Logulo. “Penso que o desafio é fundamentar a exploração com compensações ecológicas, responsabilidade e investir fortemente na chamada transição energética”, reforça o organizador do Oil & Gas Summit – Margem Equatorial.

 

Dessa forma, no processo de transição energética brasileira, o petróleo continuará desempenhando um papel fundamental. “A Margem Equatorial lança oportunidades riquíssimas na garantia de nossa autossuficiência, possibilitando não só nosso abastecimento interno como trará um peso considerável e favorável à exportação, garantido saldo favoráveis à balança comercial”, afirma Carlos Logulo.